

O dólar hoje fechou em alta de 0,27%, a R$ 5,4018. Nesta quarta-feira (13), a divisa variou entre máxima a R$ 5,4113 e mínima a R$ 5,3807. No exterior, o dólar recuou ante moedas fortes, com o índice DXY caindo 0,27%.
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O dólar hoje fechou em alta de 0,27%, a R$ 5,4018. Nesta quarta-feira (13), a divisa variou entre máxima a R$ 5,4113 e mínima a R$ 5,3807. No exterior, o dólar recuou ante moedas fortes, com o índice DXY caindo 0,27%.
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O governo anunciou hoje o plano de contingência brasileiro contra o tarifaço americano. Durante a apresentação do plano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória (MP) para viabilizar a linha de crédito de R$ 30 bilhões. Entre as medidas propostas, também estão o aumento de compras governamentais, o adiamento de impostos e a reforma do Fundo de Garantia à Exportação (FGE).. Veja os detalhes aqui.
Na terça (12), o dólar fechou o dia em queda de 1,01%, a R$ 5,38, refletindo uma onda de otimismo no câmbio e na Bolsa brasileira após a divulgação dos dados de inflação divulgados no Brasil e nos Estados Unidos. No exterior, o índice de preços ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) de julho subiu 0,2% em julho, em linha com as expectativas do mercado e o suficiente para trazer a inflação americana de 12 meses para 2,7%. A meta acompanhada pelo Federal Reserve (Fed) é de 2% ao ano.
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Os dados, somados à revisão para baixo nos números do mercado de trabalho dos EUA feita há poucas semanas, elevaram as apostas de que o Fed poderá iniciar o ciclo de cortes na taxa de juros americana já em setembro. A próxima reunião do BC americano está marcada para os dias 16 e 17 de setembro. Com os dados de inflação, as chances de que ela traga a tão esperada primeira redução de juros nos EUA dos últimos anos – desde que a taxa foi elevada de 0% para o intervalo de 4,25% e 4,5% – subiu para 90,1%, segundo a ferramenta de monitoramento CME Group.
“A probabilidade implícita de um corte agora é de cerca de 90% para um corte de 0,25 pp, com pelo menos mais três movimentos semelhantes até junho de 2026”, destaca a Ágora Investimentos em relatório.
A boa notícia levou a uma queda global do dólar. O índice DXY, que mede a moeda americana contra outras seis divisas fortes, caiu a 97,8 pontos no fechamento da terça-feira. Em junho, o indicador caiu abaixo dos 98 pontos pela primeira vez em três anos.
E o real está conseguindo aproveitar bem essa janela. O movimento da terça-feira foi ainda mais acentuado no Brasil pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, divulgado no mesmo dia, também abaixo das projeções. A inflação brasileira subiu 0,26% em julho, uma desaceleração relevante perto dos 0,37% que esperava o consenso de mercado.
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Agora, especialistas começam a ponderar se, por aqui, o Banco Central também terá espaço para reduzir a taxa Selic dos atuais 15% ao ano. “O IPCA mais fraco sustentou expectativas de flexibilização monetária a partir de 2026, enquanto o elevado diferencial de juros segue favorecendo o real via carry trade“, explica Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
A avaliação de economistas é de que o diferencial entre juros internos e externos seguirá elevado, dando sustentação ao real, mesmo com o início de um processo de corte da taxa Selic pelo Banco Central (BC) em janeiro de 2026 — tese que ganha cada vez mais força no mercado.
O economista-chefe e sócio da MB Associados, Sérgio Vale, avalia que apenas a expectativa de um “ajuste fiscal relevante” a partir de 2027 poderia amparar a projeção de um dólar abaixo de R$ 5,30, patamar que ele considera a taxa de câmbio de equilíbrio atual. “A pergunta que o mercado fará no ano que vem é: sendo Lula candidato ainda competitivo, o que ele fará de diferente na política fiscal? A resposta a isso pode não ser muito positiva e o sentido da instabilidade pode voltar aos mercados em 2026”, afirma Vale.
O dólar à vista já acumula queda acima de 12,6% contra o real este ano. Segundo especialistas, pouco dessa história tem a ver com o mercado local. O movimento de enfraquecimento da moeda americana se deve a um combo de fatores no exterior, que vão desde a desaceleração leve da economia dos EUA, sem temores de recessão, mas o suficiente para direcionar investidores globais para outros mercados; às incertezas causadas pela política de tarifas do presidente americano, Donald Trump.
Leia também: O fator que derrubou o dólar no 1º semestre e faz o C6 ver câmbio a R$ 5,50 até o fim do ano
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Com o diferencial entre as taxas de juros brasileira e americana ainda elevado, o Brasil tem recebido parte do fluxo de capital que está migrando para mercados emergentes. Como mostramos aqui, a queda global do dólar tem sido o princial fio-condutor das estratégias de alocação do Itaú Unibanco. Os estrategistas do banco aumentaram a posição em bolsas globais e emergentes nas carteiras, além de manter uma posição vendida em dólar contra moedas fortes.
Nicholas McCarthy, diretor global de estratégia de investimentos, e Gina Baccelli, estrategista sênior de investimentos, não gostam de target e não trabalham, por exemplo, uma previsão para a cotação da moeda americana o final de período” X ou Y”. Mas apostam que vai seguir se desvalorizando contra divisas pelo mundo, um ciclo perene, menos intenso do que o movimento visto no primeiro semestre deste ano, mas que pode durar anos a frente.
Com investidores buscando outros mercados, parte desse fluxo pode acabar vindo para o Brasil. Uma história que já vem acontecendo em 2025: até 08 de agosto, o fluxo de investidores estrangeiros na B3 somava R$ 17,939 bilhões. Essa entrada ajuda a explicar como o dólar caiu dos R$ 6,18 a que iniciou o ano para os atuais R$ 5,4, assim como justifica a alta de 14% do Ibovespa no ano.
*Com informações do Broadcast
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