Veja como está a cotação do dólar hoje. (Foto: Adobe Stock)
O dólar abriu as negociações desta quinta-feira (14) no campo negativo, mas logo inverteu o sinal nas primeiros minutos do pregão. Às 10h36 (de Brasília), a divisa americana subiu 0,28%, a R$ 5,417. Apesar dos ganhos, a expectativa é que o câmbio permaneça com oscilações contidas diante das expectativas de queda de juros nos Estados Unidos e da repercussão do mercado sobre o plano de contingência brasileiro contra o tarifaço de Donald Trump.
Como mostramos nesta reportagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, na quarta-feira (13), uma medida provisória (MP) para viabilizar a linha de crédito de R$ 30 bilhões. A medida inclui compras de produtos pelo governo, adiamento de impostos e reforma do Fundo de Garantia à Exportação (FGE). A proposta, embora busque amortecer os impactos das alíquotas americanas de 50% sobre os itens brasileiros que entraram em vigor no dia 6 de agosto, pode piorar o quadro fiscal do País.
A percepção ajudou a moeda americana fechar a sessão de ontem com uma alta de 0,27%, a R$ 5,4018. No entanto, do lado externo, o dólar perde força com as apostas dos investidores para o início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos a partir de setembro. O otimismo surgiu com a divulgação dos dados de inflação ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês), divulgado na terça (12) passada.
Em julho, o indicador econômico subiu 0,2% em comparação ao mês anterior, em linha com as projeções do mercado. O resultado, somado aos dados fracos do mercado de trabalho que foram divulgados no início do mês, reforça a necessidade de mudanças na condução da política monetária do país, que mantém as taxas de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano.
Se a queda dos juros se concretizar, os investidores estrangeiros tendem a direcionar o seu capital para economias com taxas mais elevadas, como o Brasil, a fim de lucrar com o diferencial de juros. Ou seja, os dois fatores tendem a pressionar o câmbio em sentidos opostos, mantendo a performance da divisa americana frente ao real com baixas volatilidades.
“A percepção de fragilidade nas contas públicas mantém o clima de cautela, deixando o dólar sensível tanto às decisões do Fed quanto à confiança na política econômica brasileira”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.