Peregrino, Bacia de Campos. (Foto: Rodrigo Santos e Roberto Kattan/ Divulgação Equinor)
A paralisação temporária do campo de Peregrino é administrável pela Prio (PRIO3) e não deve afetar a classificação da companhia, afirmou a Fitch. O rating (avaliação que mostra o risco de crédito de uma empresa) atribuído à companhia é BB, com perspectiva estável.
Contudo, em relatório nesta quarta-feira (20), a classificadora observou que uma potencial interrupção operacional de seis semanas resultaria em um aumento da alavancagem para a petroleira.
Segundo a agência de classificação de risco de crédito, a alavancagem subiria para 2,9x em 2025 (ou 2,0x proforma), em comparação com uma previsão anterior de 2,6x (1,7x). “Esta análise incorpora um ajuste de preço adverso antecipado relacionado à aquisição de Peregrino e assume que os esforços de remediação não exigirão capex (investimento)”, avaliou.
A projeção da produção da empresa em 2025, porém, foi revisada pela Fitch, para 103 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), de 107 mil boed, representando uma redução de 4%.
Com isso, o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) de 2025 foi revisto para R$ 8,9 bilhões, uma diminuição de R$ 460 milhões (-5%). A Fitch espera que a produção e o Ebitda aumentem significativamente em 2026, atingindo cerca de 200 mil boed e R$ 16 bilhões, respectivamente, apoiados por Peregrino e o início do projeto Wahoo.
“A liquidez da Prio permanece forte, mitigando o impacto das perdas temporárias de produção. A disciplina financeira da Prio e a gestão proativa de passivos são fundamentais para as classificações, à medida que a empresa navega em um cenário de necessidades recorrentes de refinanciamento, com grandes vencimentos de dívida concentrados durante 2026-2028″, diz a Fitch.
A Fitch disse esperar que o incidente não impacte o cronograma para a aquisição de Peregrino, com o fechamento da participação adicional de 40% previsto para janeiro de 2026, e os 20% restantes para junho de 2026.
Peregrino, operado pela Equinor, atualmente contribui com 26% da produção total da Prio, que deve aumentar para uma média de 31% até o final de 2025, e para 47% em 2026, após a consolidação dos 60% restantes. A inspeção mais recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no campo de Peregrino ocorreu em 2019.
“O evento está em linha com paralisações anteriores nos campos Papa Terra, da Brava (offshore), e em Alagoas, da Origem (onshore), em 2024, ambos ligados ao cumprimento de normas de segurança. As operações em Papa Terra e Alagoas da Prio (PRIO3) foram retomadas após aproximadamente quatro meses e dois meses, respectivamente”, relembrou a agência.