BTG reiterou recomendação de compra para Petrobras (PETR3;PETR4). Foto: Pedro Kirilos/Estadão
O BTG Pactual reiterou a recomendação de compra para a Petrobras (PETR4) em relatório divulgado nesta quinta-feira (21). O banco tem preço-alvo de R$ 44 para o papel, o que representa um potencial de valorização de 46,08% em relação ao valor de fechamento da véspera, de R$ 30,22. Embora siga com sentimento negativo em relação às commodities e a percepção sobre a estatal tenha se deteriorado, o banco continua identificando assimetrias positivas no caso.
“Vemos um perfil de risco-retorno interessante para os próximos 12 a 18 meses, apesar de reconhecermos que a ausência de catalisadores de curto prazo e potenciais anúncios de M&A (fusões e aquisições), especialmente em etanol, podem pesar sobre as ações”, avaliam os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha.
O banco também espera uma recalibração para baixo do capex (despesas de capital) de 2026, levando em consideração o recuo dos preços do petróleo Brent em 2025. “Combinado a uma base operacional estável, isso sustenta um fluxo de caixa livre atraente, com dividendos ordinários oferecendo rendimento anual de cerca de 10% a 11%”, destaca.
Entrada em etanol e gás de cozinha
Recentemente, a Petrobras sinalizou interesse em investir nos mercados de etanol e GLP (gás de cozinha). Para o BTG, a reentrada no GLP seria viável apenas via M&A e é improvável que aconteça antes de 2026.
O etanol, no entanto, representa um foco mais imediato, com potencial reentrada no segundo semestre de 2025. Um investimento minoritário de US$ 1 bilhão geraria uma redução de 0,6 ponto percentual na estimativa de dividend yield do BTG de 2025, que corresponde a 9,9%. “Ainda assim, M&As adicionais poderiam exigir maior alavancagem do balanço para manter as expectativas de dividendos e pesar na confiança dos investidores”, pontua.
Ciclo eleitoral pode destravar preço
O banco considera que as eleições de 2026 também podem mexer com os papéis. Embora o ano eleitoral ainda esteja distante, desenvolvimentos políticos e macroeconômicos podem começar a ser precificados mais cedo. Na avaliação do BTG, gatilhos como clareza fiscal e estabilidade macroeconômica conseguiriam reduzir a percepção de risco-País, comprimir o custo de capital da Petrobras e sustentar uma reprecificação do múltiplo.
Para referência, o banco usa como exemplo as empresas Ecopetrol e YPF, que negociam a 4,1 vezes e 4,5 vezes o múltiplo EV/EBITDA – indicador que relaciona o valor da companhia (EV) e o seu Ebitda (geração de caixa) – para 2025, respectivamente. “Caso a Petrobras se aproxime dos pares regionais, isso implicaria um potencial de valorização de aproximadamente 40% a 50%”, destaca o BTG.