Braço de investimentos do Banco do Brasil, o BB-BI elevou o preço-alvo da Hypera (Hype3) de R$ 25,40 para R$ 25,80, visando ainda um potencial de valorização de 9,4% sobre o fechamento desta segunda-feira (25). O banco, por sua vez, mantém recomendação neutra para o papel. A mudança no preço foi pensada para incorporar os resultados apresentados pela companhia no primeiro semestre do ano, bem como o atual cenário macroeconômico.
As ações da Hypera sobem mais de 34% desde o início do ano, performance bastante superior à do Ibovespa (+14,7%) e do Icon, índice de consumo (+17,3%) no mesmo período. Após a temporada do primeiro trimestre, o mercado reagiu bem ao resultado divulgado pela Hypera, reflexo, de uma perspectiva positiva em relação ao processo de otimização do capital de giro, apesar dos números operacionais fracos, escreve o banco em relatório.
Já o resultado dosegundo trimestre de 2025 apresentou números mistos, na opinião do BB-BI, com queda de receita e margem bruta, mas com aumento de margem Ebitda.
“A Hypera também anunciou que o objetivo de 60 dias na linha de contas a receber havia sido atingido em abril. Durante a teleconferência de resultados do último trimestre, a companhia informou que não está fazendo nenhuma mudança nos níveis de desconto que costuma praticar junto a seus clientes após o aumento de preços autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), e que o reajuste está em linha com o aumento de custos do setor”, destaca o banco.
Em relação ao cenário macroeconômico no primeiro semestre, os dados de atividade apresentaram números mais otimistas que os esperados inicialmente, impactando de forma positiva as empresas varejistas no geral. Entretanto, apesar desse cenário menos pessimista registrado até o momento, o banco observa sinais de que a perspectiva para os próximos meses devem ser um pouco mais desafiadores para o setor. “As altas taxas de juros restringem o crédito, o que pode aumentar a pressão sobre o consumo, além de afetar diretamente empresas mais endividadas, como é o caso de Hypera”, afirma o BB-BI.
O banco acrescenta que, apesar de a Hypera pertencer a um segmento mais resiliente aos ciclos econômicos, é inevitável que um período mais restritivo para o varejo em geral também afete o consumo de medicamentos e de itens de cuidado com a beleza e a saúde. Vale destacar que a queda da patente da semaglutida (princípio ativo do Ozempic) que ocorrerá em 2026 deverá ser uma boa oportunidade para a companhia aumentar receita nos próximos anos.
“Apesar de a farmacêutica ainda não compartilhar suas expectativas em relação aos possíveis ganhos, vemos esse movimento com otimismo, mas com os números impactados de forma mais relevante somente ao final de 2026”.
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O banco vê melhoras operacionais, com boas perspectivas em relação ao processo de otimização do capital de giro e à queda de patente da semaglutida em 2026, mas que o momento ainda exige cautela.
“Importante mencionar que o alto nível de endividamento continua sendo um ponto de atenção para os próximos períodos. Com um cenário macro mais desfavorável ao consumo se desenhando até o final do ano, acreditamos que ações de empresas do varejo continuarão sendo preteridas em relação a outros setores mais interessantes ao investidor neste momento”, ponderam os analistas.