Veja como está a operação nas Bolsas de NY hoje (Foto: Adobe Stock)
As bolsas de Nova York conseguiram recuperar alta nesta terça-feira (26). Apesar do início desafiador do pregão, Dow Jonesdeu a volta por cima e fechou positivamente. O movimento acontece após o presidente dos EUA, Donald Trump, agir para demitir a diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Lisa Cook.
A dirigente, porém, garantiu que seguirá no cargo e que o republicano não tem autoridade para removê-la do posto. O cenário prepara terreno para uma possível batalha legal que poderia ampliar incertezas sobre a independência do Fed.
Os principais assuntos que orientaram Dow Jones nesta terça (26)
Trump X diretora do Fed
Trump afirmou não ter “confiança na integridade de Cook” ao tentar demitir a diretora do Fed. (Foto: Adobe Stock)
O presidente dos EUA, Donald Trump, demitiu a diretora do Federal Reserve Lisa Cook, conforme carta publicada na noite de segunda (25). Decisão tem efeito imediato, segundo a medida publicada em registro na Truth Social.
Cook entrou na mira de Trump após uma acusação do presidente do conselho da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA (FHFA, na sigla em inglês), William Pulte, de que Cook teria cometido fraude hipotecária.
Em justificativa para a demissão, Trump afirmou não ter “confiança na integridade de Cook”. O presidente americano citou que sua decisão levou em conta o artigo 2 da Constituição dos Estados Unidos e o Ato do Federal Reserve de 1913.
Já a diretora Cook afirmou que não deixará o cargo. “O presidente Trump pretendeu me demitir ‘por justa causa’ quando não há causa sob a lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo”, afirmou Cook, em um comunicado. “Não vou renunciar.”
EUA ameaçam impor novas tarifas
Além dos atritos de Trump com o Fed, o presidente americano segue com ofensivas tarifárias, desta vez contra a Índia, cujos produtos passarão a ser taxados em mais 25%, salvo exceções, deixando o país em situação semelhante à do Brasil. O argumento para o tarifaço sobre a Índia são as importações que o país faz de derivados de petróleo da Rússia.
As tarifas extras também podem chegar à China, com mais uma ameaça de Trump ao gigante asiático, que acenou com uma tarifa de 200% se Pequim continuar a restringir as exportações de ímãs de terras raras. A China fornece cerca de 90% das terras raras do mundo e domina a produção de outros minerais críticos.
“Essa questão também está interferindo nos mercados, essa propagação de tarifas que pode não somente encostar na Índia. Hoje já temos uma movimentação novamente negativa. A Ásia trabalha no negativo, a Europa cai, os futuros americanos caem. Precisamos prestar bastante atenção, porque teremos um dia bem desafiador”, afirma Alison Correia, analista de investimentos e sócio da Dom Investimentos.
Dólar amplia perdas ante rivais
O dólar hoje seguiu fraco ante o rivais durante todo pregão, enquanto o mercado ponderou as chances da diretora Cook conseguir resistir à ordem de demissão determinada pelo presidente Trump.
Para o euro, em particular, as ameaças à independência do Fed são contrapostas à turbulência política na França, onde o primeiro-ministro, François Bayrou, corre elevado risco de cair em votação em 8 de setembro.
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Às 17h00 (de Brasília), horário do fechamento de mercado, o índice Dow Jones virou o jogo e terminou o pregão com alta de 0,30%. O S&P 500 encerrou os negócios também positivamente em 0,41%, e Nasdaq liderou com ponto percentual positivo de 0,44%. No mesmo horário, o DXY – que compara a moeda americana com seis divisas fortes – fechou em recuo de 0,21%.
*Com informações de Isabella Pugliese Vellani e André Marinho, do Broadcast