A Oncoclínicas é focada em cuidar de pacientes com Câncer. (Foto: Adobe Stock)
As ações da Oncoclínicas (ONCO3) registram forte alta nesta quarta-feira (27), após a companhia anunciar a venda do Hospital UMC, em Uberlândia, por R$ 160 milhões. Segundo os analistas do Safra, a medida deve reduzir a dívida líquida da companhia de R$ 3,92 bilhões para R$ 3,76 bilhões. A venda, no entanto, não é vista como um grande fator para mudar as perspectivas negativas do banco em relação à companhia.
Por volta das 11h30, as ações da Oncoclínicas subiam 8,68%, a R$ 3,13. Em fato relevante publicado hoje, a companhia disse que assinou contrato para a venda de 84% do capital social do Complexo Hospitalar Uberlândia (UMC), hospital de alta complexidade localizado em Uberlândia, Minas Gerais, por R$ 160 milhões.
No comunicado, a empresa detalhou que o valor será pago por meio da assunção de endividamento e obrigações relacionados ao UMC pelo comprador. Como parte da transação, a companhia e o UMC também entrarão em um acordo comercial de longo prazo, pelo qual as partes compartilharão os resultados da operação de oncologia que ocorrer no hospital.
Endividamento da Oncoclínicas deve cair
Os analistas do Safra dizem que a medida deve reduzir o endividamento da companhia, medido pela alavancagem, de 4,4 vezes a dívida líquida/Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no segundo trimestre de 2025 para pelo menos 4,2 vezes. Eles comentam que esse índice poderá melhorar ainda mais dependendo de quão negativo o Ebitda do hospital realmente foi, o que acreditamos que pode não ser irrelevante.
“Apesar do baixo impacto imediato na alavancagem, a principal conclusão é que a Oncoclínicas mantém as operações de oncologia dentro do hospital, garantindo a continuidade de sua atividade principal, priorizando o fluxo de caixa, o mesmo raciocínio aplicado à transação do Rio de Janeiro anunciada no início desta semana”, explicam Ricardo Boiati, Thiago Marmo e Rafael Une, que assinam o relatório do Safra.
Eles comentam que, estrategicamente, a venda auxilia a empresa a sair de hospitais gerais estruturalmente deficitários e com alto consumo de capital, preservando, ao mesmo tempo, as receitas geradas pela oncologia. Ainda assim, as perspectivas para a ação da companhia continuam negativas.
Segundo os analistas, as ações ONCO3 estão caras em relação a outras empresas do setor por serem negociadas a 6 vezes o múltiplo EV/Ebitda estimado para 2026. O indicador compara o Valor da Empresa (EV) com o seu Ebitda.
“Os resultados operacionais permanecem voláteis à medida que a empresa passa por essa recuperação. Além disso, a alavancagem continua sendo um problema mesmo após a venda do hospital em Uberlândia”, dizem Ricardo Boiati, Thiago Marmo e Rafael Une.
O Safra tem classificação de underperform, equivalente à venda, para as ações da Oncoclínicas (ONCO3) com preço-alvo de R$ 2,00 para o fim de 2025, queda de 31% em relação ao fechamento de terça-feira (26), quando a ação encerrou o pregão a R$ 2,88.