Azzas (AZZA3) é a empresa que resultou da fusão entre Arezzo e Grupo Soma (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)
O BTG Pactual se diz otimista com as ações da AZZAS(AZZA3) e calcula uma possível alta de 59,5% para o ativo nos próximos 12 meses, mostra relatório enviado à imprensa nesta quinta-feira (4). A estimativa considera o preço-alvo de R$ 53 em relação ao último fechamento, quando o papel encerrou o pregão a R$ 33,23.
Os analistas do BTG reforçam que o papel segue descontado, sobretudo após o desempenho mais fraco desde a divulgação dos resultados trimestrais. No balanço, a varejista surpreendeu o BTG com os ganhos na margem, mas os investidores permanecem cautelosos quanto ao crescimento das vendas no segundo semestre, principalmente nos segmentos de básicos e calçados.
“O sentimento predominante é de aguardar, com o mercado buscando evidências mais claras de que a alavancagem operacional por meio da diluição das despesas gerais, administrativas e de vendas se materializará nos próximos trimestres”, explicam Luiz Guanais, Yan Cesquim e Pedro Lima, que assinam o relatório do BTG.
Conglomerado Azzas passa por “fim de uma era”
Os analistas lembram também que Thiago Hering, que liderava a Hering e suas subsidiárias, deixará o cargo até 1º de outubro. Essa saída faz parte do processo de transição após a fusão da Arezzo&Co e do Grupo Soma. Nos próximos 30 dias, Gustavo Fonseca — anteriormente na vertical de moda feminina e lifestyle — liderará um comitê de transição para a unidade Basic ao lado do CEO Alexandre Birman e Roberto Jatahy.
“A saída de Thiago marca o fim de uma era: ele foi o sexto membro da família Hering a liderar a empresa, sucedendo seu pai, Fábio, em 2021. Embora tenha se afastado da gestão ativa, a família Hering permanece acionista da Azzas (ainda que não faça mais parte do bloco de controle)”, argumentam Guanais, Cesquim e Lima, que assinam o relatório do BTG.
Mesmo assim, os analistas do BTG avaliam que a companhia vive uma transição positiva e que o papel está descontado em relação aos pares. O banco possui essa perspectiva quando compara o papel pelo múltiplo Preço sobre Lucro (P/L) estimado para 2026, que está em 7,4 vezes.
“Isso oferece um ponto de entrada atraente, desde que a AZZAS (AZZA3) consiga sustentar a expansão da margem e apresentar uma trajetória de crescimento da receita mais consistente no segundo semestre de 2025”, concluem os analistas do BTG Pactual.