Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset. (Foto: Hélvio Romero/Estadão)
O Fundo Verde, do gestor Luis Stuhlberger, reduziu marginalmente a alocação em criptomoedas, além de ter diminuído a exposição a juro real nos Estados Unidos. As informações estão presentes na carta de gestão mensal da casa divulgada nesta terça-feira (9).
Depois de ter voltado a comprar Bolsa brasileira em 2025, o fundo manteve suas alocações em ações, tanto locais quanto globais. Na renda fixa nacional, seguiu com exposição ao juro real. Já em moedas e commodities, está com posição comprada em euro, ouro e real. O Verde também permaneceu com alocação em crédito privado high yield (opções com alto retorno, mas também com alto risco) local e global.
Em agosto, o fundo teve ganhos bem distribuídos em várias estratégias, com destaque para a exposição em Bolsa brasileira, além das posições em moedas, ouro e cripto. As alocações em renda fixa nos EUA foram outro destaque positivo. O Verde subiu 2,27% no mês, ganhando do desempenho do CDI, de 1,16% no período. No acumulado de 2025, o fundo também sai na frente: avança 9,81%, enquanto o CDI tem ganhos de 9,02%.
A carta mensal destaca que a dinâmica global em agosto foi dominada pelo relatório oficial de emprego dos Estados Unidos, o payroll, que ampliou as expectativas pelo corte dos juros americanos a partir de setembro. “O contexto não deixa de ser desafiador, com as consequências da alta brutal de tarifas sobre inflação começando a aparecer nos dados. Ainda assim, nos parece inexorável a direção de uma política monetária mais frouxa”, diz o texto.
O fundo afirmou que está posicionado para esse cenário por meio da compra de títulos associados à inflação e de posições vendidas em dólar. “Aproveitamos a performance recente para reduzir um pouco a alocação no juro real americano“, explica.
No mercado local, uma diminuição de foco no conflito com os EUA em torno das tarifas ajudou a Bolsa brasileira no último mês. Na visão da Verde, porém, nada parece resolvido, embora não tenha ocorrido impactos relevantes para a maioria das empresas listadas ou para os ativos macroeconômicos.
“Além disso, a popularidade do governo parece ter estagnado, impactando positivamente o cálculo probabilístico sobre mudanças na eleição do próximo ano”, completa.
No final de maio, Stuhlberger, gestor do fundo, havia classificado o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) proposto pelo governo como “assustador”. Segundo ele, as mudanças no imposto foram uma “aula de psicologia gratuita” do que o PT pensa. Para o gestor, a elevação das alíquotas estava associada à ideia do governo de reajustar os pagamentos do Bolsa Família, em resposta à perda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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“É tipo assim: ‘vamos distribuir dinheiro, vamos aumentar a arrecadação, não importa que seja de uma maneira unfair (injusta)”, comentou Stuhlberger na ocasião.