Fachada da Petrobras (PERT3;PERT4) (Foto: Adobe Stock)
A Petrobras(PETR4) deve apresentar redução de custos de até US$ 8 bilhões em seu Planejamento Estratégico 2026 a 2030, dizem analistas da Genial Investimentos e do Itaú BBA, em relatórios. Segundo os analistas, cortes seriam realizados nas construções de plataformas após revisões orçamentárias. A medida serviria para enfrentar cenários mais restritivos de preço de petróleo nos próximos anos, mas pode resultar em mais dividendos.
O analista da Genial Investimentos Vitor Sousa enxerga uma geração de valor de R$ 1 por ação, um rendimento de fluxo de caixa livre de 21% a 22% ao longo desse período (19% e 20% sem considerar essa eficiência), o que deve impactar odividend yield(rendimento de dividendos) da estatal.
“Os dividendos devem ser incrementados em 1 ponto porcentual ante nossas estimativas atuais. Sendo assim, essa redução de custos em meio a um cenário baixista de preços de petróleo é mais do que bem-vinda”, diz Sousa.
O especialista diz que a atual CEO da empresa, Magda Chambriard, vem mencionando o interesse de vender ativos maduros da empresa. Entre os mencionados, o Polo Bahia-Terra – Petrorecôncavo (RECV3) chegou a levantar recursos para aquisição via uma capitalização primária – e uma fatia minoritária de 25% no Campo de Tartaruga, um ativo de águas rasas localizado em Sergipe.
Souza diz que caso a petroleira estatal conclua a venda de ambos os ativos mencionados, os volumes levantados seriam muito pequenos ante o valor de mercado da companhia. Entretanto, o verdadeiro valor a ser destravado nessa movimentação está muito mais relacionado ao foco, aos esforços corporativos e à eficiência de alocação de capital da empresa – dividendos ou novas fronteiras exploratórias, como a Margem Equatorial.
“É importante mencionar que a massa de profissionais extremamente qualificados que passariam a ser alocados em projetos mais interessantes em comparação com estes que podem ser vendidos pela empresa – e no caso específico da Petrobras, acreditamos que profissionais qualificados são recursos até mais escassos e importantes em relação aos valores potencialmente levantados na venda de tais ativos”, explica o analista.
A Genial tem recomendação de””manter” para a Petrobras com preço-alvo de R$ 44,00 para o fim de 2025, alta de 40% na comparação com o fechamento desta quinta-feira (11), quando a ação PETR4 encerrou o pregão a R$ 31,30.
Itaú BBA estima dividendos extras para a Petrobras e recomenda compra
Já a equipe do Itaú BBA diz que adiar projetos como Sergipe Águas Profundas 2 (atualmente previsto para 2030), as revitalizações da Bacia de Campos (previstas para 2029 e 2030), a Refinaria de Boaventura (prevista para 2028) e a UFN-III (também prevista para 2028) em um ano poderia reduzir o investimento de 2026 em até US$ 3 bilhões.
Os analistas dizem que com o barril do tipo Brent a US$ 65, reduzir a projeção de investimentos de 2026 para abaixo de US$ 17 bilhões seria suficiente para fechar a diferença entre geração de caixa e pagamento de dividendos. Para o banco, tal cenário permite que a Petrobras financie investimentos e dividendos sem aumentar a dívida bruta.
“O pagamento de bônus de assinatura no leilão de áreas do pré-sal não contratadas está estimado em aproximadamente US$ 1 bilhão. Combinados, esses fatores poderiam elevar a geração de Fluxo de Caixa Livre entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões (com um rendimento adicional de 3% a 4% em dividendos) nos próximos meses”, explicam Monique Martins Greco Natal, Eric de Mello e Eduardo Mendes, que assinam o relatório do Itaú BBA.
O Itaú BBA tem classificação de outperform (equivalente à compra) para as ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 43,00, alta de 37% na comparação com o fechamento de hoje.