O diretor da Engie, Eduardo Sattamini, afirma que o excesso de subsídios prejudicou a indústria eólica nacional. (Imagem: Adobe Stock)
Embora a concessão de subsídios tenha permitido o desenvolvimento de uma indústria de energias renováveis não convencionais (solares e eólicas), o excesso desses incentivos foi perverso com o setor, levando alguns dos principais fabricantes de equipamentos como a Siemens Gamesa e a GE Vernova deixar de produzir no País, disse o diretor-presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini. Para ele, os incentivos já deveriam ter terminado.
“A gente ainda tem a Vestas tralhando, mas muito em breve vai fechar, porque o excesso de oferta que foi criado pelo excesso de subsídios foi perverso para o desenvolvimento da indústria”, afirmou o executivo durante podcast da XP Investimentos.
O executivo disse, ainda, que a legislação precisa ter a racionalidade de não apenas atender a grupos de interesse. “Se a gente tivesse fortalecido o sinal locacional no Nordeste, teríamos menos eólicas e solares onde não se precisava de energia, ontem tem excesso de oferta.”
Sattamini mencionou que essas questões levaram a problemas como curtailment, por exemplo, que hoje precisam de solução regulatória. “[Esses problemas] foram desenvolvidos pela falta de ação, percepção e racionalidade na tomada de decisão”, afirmou.
Em relação às Medidas Provisórias (MPs) editadas pelo governo para estancar subsídios na conta de luz, ele afirmou que existe um entendimento dos atores de que é uma tentativa de atuar para fazer com que a regulação se ajuste. “A gente precisa resgatar essa racionalidade.”