As ações da Natura (NATU3) sobem 2,17%, após a empresa anunciar nesta manhã que celebrou um acordo vinculante com o Grupo PDC, empresa de bens de consumo com presença na América Central e no Peru, para a venda dos negócios da Avon situados na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana (Avon CARD). Contudo, a venda foi feita pelo valor simbólico de US$ 1.
O acordo de venda da Avon Card, que opera em seis países da América Central, pode ter um impacto positivo na dívida líquida da Natura, segundo o Bradesco BBI. Para os analistas Pedro Pinto, Gustavo Senday e Lorenzo Marques, o negócio é positivo porque mostra que a companhia continua comprometida com o desinvestimento da Avon Internacional.
“Aguardamos a conclusão das operações restantes da Avon Internacional nos 35 países/operações que ainda estão à venda ou serão encerradas. Ressaltamos que os resultados de curto prazo podem ser nebulosos e voláteis, mas a indicação de hoje reforça nossa recomendação outperform (equivalente à compra), com base no potencial de desbloqueio de valor, desde que o resultado consolidado e o fluxo de caixa convirjam para os números da Natura Cosméticos — o que é fundamental para uma reclassificação estrutural”, disseram os analistas.
O banco tem preço-alvo de R$ 17 para as ações da empresa.
Natura: o que se sabe sobre a venda da Avon na América Central
Hoje, a Natura anunciou a assinatura de um acordo vinculativo com o Grupo PDC para a venda da Avon Card por US$ 22 milhões, dos quais US$ 1 milhão em valor patrimonial e US$ 22 milhões, no fechamento, referentes a recebíveis da Natura para a Avon Card.
A companhia informou que a Avon Card representou uma parcela deficitária do negócio (-R$ 15 milhões em Ebitda – lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos – no primeiro trimestre, -11,0% de margem) e abrange as operações da empresa em seis países: Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, República Dominicana e El Salvador.
“A Natura continuará fornecendo produtos para a região e atuará como licenciada da marca Avon, o que significa que a companhia receberá royalties após a transação. O negócio está previsto para ser concluído até 30 de outubro”, disse o Bradesco BBI.
Segundo o banco, os ativos da Natura (NATU3) à venda apresentam fluxo de caixa negativo em geral e, como consequência, tanto o mercado quanto o banco esperam alguma deterioração da dívida líquida para a alienação total desses ativos, de aproximadamente R$ 1 bilhão. “Esta transação é um bom presságio para a dívida líquida quando a alienação da Avon Internacional for totalmente concluída, o que é naturalmente positivo para a tese.”