Investir em ações é uma das formas mais acessíveis de participar do mercado de capitais, especialmente em papéis de empresas de grande porte no Brasil, como a Eletrobras. Ao adquirir ações preferenciais da Eletrobras (ELET3), o investidor se torna elegível para receber dividendos, embora essas ações não confiram direito a voto nas assembleias da companhia. A estratégia de acumular ações pode ser atrativa para aqueles que buscam aumentar sua participação nos proventos, uma vez que o valor recebido cresce proporcionalmente ao número de ações detidas.
No entanto, é fundamental monitorar o preço das ações para planejar a quantidade que se pode adquirir dentro do orçamento disponível. Nesta segunda-feira (15), as ações da empresa fecharam cotadas a R$ 47,70. Assim, para adquirir um lote padrão de 100 ações, seria necessário um investimento total de R$ 4.770.
Itaú BBA eleva preço-alto da Eletrobras para R$ 63 e mantém recomendação de compra
O Itaú BBA elevou o preço-alvo da Eletrobras para R$ 63,30 por ação ao fim de 2026 – ante R$ 54,90 previstos para 2025 – e reiterou recomendação de outperform (equivalente à compra). Os analistas Filipe Andrade, Luiza Candiota e Victor Cunha afirmam que a revisão reflete “uma curva de preços de energia mais alta” e “um fluxo de pagamento do RBSE (Rede Básica do Sistema Existente0 aprimorado para os próximos anos”.
Segundo o banco, o acordo recente entre a companhia e o governo sobre o direito de voto, somado à definição do cronograma do RBSE, eliminou incertezas regulatórias. “A empresa oferece atualmente uma das perspectivas de valorização mais assimétricas em nossa cobertura e também pode se tornar uma das melhores empresas de dividendos do setor”, escrevem os analistas.
O Itaú BBA passou a trabalhar com preços de energia de R$ 251/MWh em 2026, R$ 213/MWh em 2027, R$ 190/MWh em 2028, R$ 200/MWh entre 2029 e 2032 e R$ 160/MWh a partir de 2033. Cada R$ 10/MWh incluído na premissa de 2026-2032 acrescenta 3,6% ao preço-alvo; o mesmo incremento para 2033 em diante eleva a projeção em 3%. “Em nossa opinião, o preço atual das ações da Eletrobras implica um preço médio de energia de longo prazo de R$ 108/MWh (de 2029 em diante), o que parece substancialmente conservador e não reflete a direção em que o balanço energético do País está se movendo.”
Quanto à política de alocação de capital, o relatório indica que a elétrica poderá pagar dividend yield médio de 6,9% nos próximos cinco anos no cenário conservador e até 15,8% se a curva otimista de preços de energia se confirmar. Os investimentos em projetos brownfield de transmissão devem subir de R$ 3,3 bilhões neste ano para cerca de R$ 6 bilhões anuais no médio e longo prazo, reforçando a geração de caixa.
“Após os resultados do segundo trimestre, a Eletrobras compartilhou com o mercado a metodologia que adotará para alocação de capital. Desde então, observamos um ponto de inflexão significativo na tese, à medida que ficou mais claro como a Eletrobras avaliará sua capacidade de distribuir dividendos”, afirmou o banco.