

O otimismo dos gestores da Faria Lima com a Bolsa de Valores brasileira cresce à medida que os juros caem nos Estados Unidos, mostra pesquisa da XP Investimentos enviada à imprensa nesta terça-feira (16).
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O otimismo dos gestores da Faria Lima com a Bolsa de Valores brasileira cresce à medida que os juros caem nos Estados Unidos, mostra pesquisa da XP Investimentos enviada à imprensa nesta terça-feira (16).
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Conforme a corretora, 100% dos gestores entrevistados projetam um corte de 0,25 ponto porcentual na taxa Fed Funds na reunião de setembro, movimento que marcaria a continuidade do ciclo iniciado em 2024. Ao mesmo tempo, todos esperam manutenção da Selic em 15% ao ano, reforçando que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a postura conservadora diante das incertezas locais.
“A novidade aparece nas expectativas de longo prazo: a mediana para a Selic no fim de 2026 recuou de 12,6% para 12,25%, em linha com a mudança de tom para os juros americanos”, explicam Clara Sodré, Luiz Felippo, Pedro Frota e José Pini, que assinam o relatório da pesquisa.
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Em meio a esse cenário, os gestores entrevistados aumentaram suas posições em real. A percepção de corte de juros nos EUA se refletiu diretamente nas posições em moedas. Em setembro, 68% dos gestores estavam comprados em real, contra 41% na pesquisa anterior, reforçando a continuidade do dólar fraco.
“O movimento reflete tanto a expectativa de cortes nos EUA quanto a melhora marginal da perspectiva doméstica, com apenas 18% dos gestores mantendo visão negativa para a economia local, ante 73% em março”, explica a corretora.
Segundo a corretora, houve também um aumento marginal nas posições compradas em ações brasileiras, que chegaram a 46% em setembro, ante 41% em agosto. No exterior, os gestores mantiveram postura mais cautelosa, com posições neutras predominando nos EUA e no mundo. Parte desse otimismo com o Brasil vem também com o arrefecimento das expectativas de inflação.
As projeções dos gestores para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) em 2025 mostram redução marginal consistente. Em janeiro, a mediana era de 5,71%, atingindo 5,75% em março. Desde então, iniciou-se um processo de convergência: 5,56% em maio, 5,35% em junho, 5,07% em julho e 4,79% em setembro.
“O movimento é explicado na maioria pela expectativa de menor pressão cambial, num ambiente de dólar estruturalmente mais fraco, e pela desaceleração global, que reduz repasses para preços internos. Ainda acima da meta de 3%, mas claramente em trajetória de ancoragem”, explicam Clara Sodré, Luiz Felippo, Pedro Frota e José Pini.
Em suma, o recuo do juro americano beneficia o Brasil com a fuga de capital dos EUA para os mercados emergentes. Esse fluxo de capital estrangeiro provoca a queda do dólar, gerando baixa na inflação. Por isso, os gestores estão mais otimistas com a Bolsa de Valores brasileira, que bateu recordes históricos nos últimos dias.
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