Com o BAIQ39, você investe em gigantes como Alibaba, Tencent e TSMC, apostando na China na corrida da IA. (Foto: AdobeStock)
Para quem busca opções para investir em inteligência artificial (IA), além dos Exchange Traded Funds (ETFs, fundos de índice negociados em bolsa de valores) tradicionais, uma alternativa são os BDRs. Os Brazilian Depositary Receipts são certificados que permitem investir pela B3 em ações ou ETFs estrangeiros sem abrir conta fora do Brasil.
Por meio de papeis como o BAIQ39, da Global X, o investidor consegue investir até mesmo em empresas chinesas como Alibaba (BABA34), Tencent (0700.HK, em Hong Kong) e a Taiwanesa TSMC (TSMC34), num recorte para quem também aposta na concorrência da China na corrida da IA.
Há ainda BDRs ligados a semicondutores (como o BSOX39) e cestas de cibersegurança com o ticker BROB39 (da First Trust).
O problema no entanto, é que os ativos menos conhecidos terminam pecando pela baixa liquidez, que pode dificultar a formação correta de preços, além de gerar informações inconsistentes nos gráficos, prejudicando a análise do investidor.
Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, cita o exemplo do BSOX39, BDR do ROBT, ETF da gestora First Trust, gestora que tem produtos menos conhecidos no Brasil em relação aos de outras americanas como BlackRock e GlobalX.
“A baixa liquidez pode ser um problema. Quando busco informações sobre o preço, encontro gráficos quebrados e dados espaçados, o que mostra a falta de negociação desse BDR.”
Contas internacionais, ETF nacional e custos
Por este motivo, quando possível, os especialistas indicam investir em ETFs direto lá fora, já que não terão esse problema de liquidez e formação de preço. Neste sentido, abrir contas internacionais está cada vez mais simples. “Hoje não é mais um impeditivo”, diz Pacheco.
As gestoras locais também estão se mexendo para se aproximar do tema. Renato Eid, superintendente de estratégias indexadas e investimento responsável da Itaú Asset, diz que o mercado tem se mostrado mais atento a essa indústria e cita o TECK11 da sua gestora como uma opção de ETF para quem quer seguir o tema de IA.
“O TECK11 segue o índice NYSE FANG+, com 10 gigantes de tech/consumo e parte da carteira pode ser ajustada nos rebalanceamentos”, afirma.
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Em termos de custos, os fundos de índice também trazem vantagens em relação os fundos de investimento ativo.
Embora evite cravar números, Maria Irene Jordão, estrategista global da XP Investimentos, destaca que ETFs tendem a ter taxas bem mais baixas do que fundos ativos, com casos de índices grandes na casa de 0,1% ao ano e temáticos específicos até 0,5% – em geral, abaixo dos 1% a 3% típicos de gestão ativa. Para quem quer se expor a IA sem escolher ações, esse fator pesa a favor do veículo.