O dólar hoje opera em alta nesta sexta-feira (19) com o mercado acompanhando a conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping. Os investidores deslumbram um possível acordo tarifário entre os países diante da guerra comercial escalada ao longo de 2025. No Brasil, a agenda segue esvaziada e sem grandes gatilhos para o dólar.
Por volta das 11h30, o dólar subia 0,3%, a R$ 5,322. Na máxima, a moeda chegou a R$ 5,34. A reunião entre os chefes de Estado das duas maiores economias do mundo começa às 10h (no horário de Brasília). A conversa será realizada por meio de um telefonema. O tema central entre os políticos será um acordo sobre a plataforma TikTok, além de uma nova rodada de negociações de tarifas.
Na Ásia, o Banco do Japão (BoJ), ao manter juros e anunciar redução em seu estoque de ETFs, fortaleceu o iene ante o dólar, movimento que ajuda a conter parte do avanço da moeda americana no mercado internacional. Ainda assim, o dólar avança diante das principais divisas. Por volta das 9h, o índice dólar subia 0,38%, a 97,73 pontos.
No Brasil, o dia segue sem grandes gatilhos após uma semana de Super Quarta. Nesta sexta-feira, o Banco Central oferta até 40 mil contratos de swap cambial (US$ 2 bilhões). O BC também negociará até R$ 5 bilhões em operações compromissadas de 6 meses. A leitura de analistas de uma postura dura (hawkish) do Comitê de Política Monetária (Copom) — que manteve a taxa Selic em 15% e sinalizando que deve seguir assim por um período prolongado — tende a dar algum suporte para o real no médio prazo.
Itaú reduz estimativa de dólar para R$ 5,35
O Itaú Unibanco informou hoje que reduziu sua projeção para a taxa de câmbio ao final de 2025. A estimativa passou de R$ 5,50 para R$ 5,35, enquanto a expectativa para a taxa em 2026 foi mantida em R$ 5,50. De acordo com o banco, o quadro internacional favorável, com enfraquecimento global do dólar, deve permitir que o real siga operando em níveis mais apreciados no curto prazo.
“O cenário externo tem sido — e deve continuar sendo — o principal vetor de apreciação do real”, afirma o relatório divulgado nesta sexta-feira e assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita.
Neste momento, porém, o ambiente político doméstico adiciona incertezas. A tramitação da PEC da Blindagem e do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro gera apreensão em Brasília e pode contaminar a percepção de risco, em meio a negociações com o Congresso para avançar medidas da agenda econômica.
Além disso, técnicos da equipe econômica alertam para os riscos do projeto em discussão no Senado que fixa teto de 80% do PIB para a dívida pública. A avaliação é de que a regra poderia limitar emissões de títulos e até comprometer a rolagem da dívida, com potencial de pressionar a curva de juros e reduzir o apetite de investidores por papéis do Tesouro. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.