O dólar hoje fechou em alta de 0,03%, cotado a R$ 5,3209, nesta sexta-feira (19) com o mercado acompanhando a conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping. No Brasil, a agenda seguiu esvaziada e sem grandes gatilhos para a moeda americana.
Trump e Xi Jinping mantiveram uma conversa por telefone descrita como “construtiva” por ambos. Trump afirmou na Truth Social que a ligação foi “muito produtiva”, na qual houve avanços em temas como comércio, combate ao fentanil, a guerra na Ucrânia e o acordo do TikTok.
O TikTok recebeu luz verde da China para criar uma nova entidade nos Estados Unidos sob propriedade diferente, como parte de um acordo destinado a contornar a proibição do aplicativo de vídeo em território americano, conforme matéria do Estadão.
Trump disse ainda que ambos concordaram em se encontrar na Cúpula da APEC, que acontece em 31 de outubro e 1º de novembro na Coreia do Sul. O republicano também revelou que deve visitar a China no início de 2026 e que Xi deve ir aos EUA em um “momento apropriado”. “Voltaremos a falar por telefone”, destacou, agradecendo a aprovação chinesa ao acordo do TikTok, mas sem entrar em detalhes.
Segundo a agência de notícias Xinhua, Xi frisou que as relações bilaterais são de “suma importância” e benéficas para todo o mundo se houver “respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de ganhos compartilhados”. Ele pediu que Washington evite medidas unilaterais de restrição comercial e reiterou que a posição chinesa sobre o TikTok é de apoio a soluções de mercado em conformidade com as leis e regulamentos chineses.
Na Ásia, o Banco do Japão (BoJ), ao manter juros e anunciar redução em seu estoque de ETFs, fortaleceu o iene ante o dólar, movimento que ajudou a conter parte do avanço da moeda americana no mercado internacional. Ainda assim, o dólar avançou diante das principais divisas. O índice DXY, que mede a divisa contra seis pares fortes, subiu 0,32% aos 97,657 pontos.
No Brasil, o Banco Central vendeu todos os 40 mil contratos de swap cambial ofertados nesta sexta-feira, em leilão para rolagem dos contratos com vencimento em 1º de outubro. O montante ofertado equivale a R$ 2 bilhões, e foi dividido em dois vencimentos.
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Nesta sexta-feira, o dia seguiu sem grandes gatilhos após uma semana de Super Quarta. A leitura de analistas de uma postura dura (hawkish) do Comitê de Política Monetária (Copom) — que manteve a taxa Selic em 15% e sinalizando que deve seguir assim por um período prolongado — tende a dar algum suporte para o real no médio prazo.
Itaú reduz estimativa de dólar para R$ 5,35
O Itaú Unibanco informou hoje que reduziu sua projeção para a taxa de câmbio ao final de 2025. A estimativa passou de R$ 5,50 para R$ 5,35, enquanto a expectativa para a taxa em 2026 foi mantida em R$ 5,50. De acordo com o banco, o quadro internacional favorável, com enfraquecimento global do dólar, deve permitir que o real siga operando em níveis mais apreciados no curto prazo.
“O cenário externo tem sido — e deve continuar sendo — o principal vetor de apreciação do real”, afirma o relatório divulgado nesta sexta-feira e assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita.
Neste momento, porém, o ambiente político doméstico adiciona incertezas. A tramitação da PEC da Blindagem e do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro gera apreensão em Brasília e pode contaminar a percepção de risco, em meio a negociações com o Congresso para avançar medidas da agenda econômica.
Além disso, técnicos da equipe econômica alertam para os riscos do projeto em discussão no Senado que fixa teto de 80% do PIB para a dívida pública. A avaliação é de que a regra poderia limitar emissões de títulos e até comprometer a rolagem da dívida, com potencial de pressionar a curva de juros e reduzir o apetite de investidores por papéis do Tesouro. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.