O mercado acompanhou uma nova edição do Boletim Focus. A mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 seguiu em 4,83%. A taxa está 0,33 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Já a projeção para a Selic permaneceu em 15% pela 13ª semana consecutiva, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido os juros neste nível na sua mais recente decisão, na última quarta-feira (17).
A semana é marcada por dados importantes no Brasil e no exterior. Por aqui, a ata do Copom será divulgada na terça-feira (23), enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de setembro, considerado uma prévia da inflação oficial brasileira, sairá na quinta-feira (25),
Lá fora, a expectativa está com o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do segundo trimestre, na quinta-feira (25), e com o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de agosto, na sexta-feira (26)
Na B3 hoje, as ações de grandes bancos reduziram perdas à medida que o mercado digeriu novas sanções contra familiares do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pelos Estados Unidos. Hoje, a esposa dele, Viviane Barci, e o Instituto Lex foram incluídos na lista de alcançados pelas restrições da Lei Magnitsky. Chama a atenção o fato de as restrições estarem circunscritas ao círculo íntimo de Moraes, até o momento, e não terem alcançado ainda bancos brasileiros.
No fechamento, os papéis ordinários do Bradesco (BBDC3) subiram 0,26% e os preferenciais (BBDC4), 0,17%. Já o Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,51%. O BTG Pactual (BPAC11) cedeu 0,72% e o Santander (SANB11), 0,89%. Itaú (ITUB4) caiu 1,44%.
Entre as ações de maior peso para o Ibovespa, os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) fecharam em alta, a despeito da baixa do petróleo no exterior. Enquanto os ativos ordinários (PETR3) subiram 1,07%, os preferenciais (PETR4) tiveram valorização de 1%. A Vale (VALE3), por sua vez, avançou 0,14%, após o minério de ferro subir 0,37% na Bolsa chinesa de Dalian.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq registraram altas de 0,44%, 0,14% e 0,7%, respectivamente, renovando os seus recordes históricos de encerramento. Os comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed) ficaram no radar de investidores, com falas mais cautelosas por parte do presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, do dirigente de Atlanta, Raphael Bostic e da presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack.
Já o diretor Stephen Miran, indicado por Donald Trump e o único dissidente na reunião da semana passada, criticou o Fed por manter juros aproximadamente dois pontos porcentuais acima do que ele acredita necessário. O diretor afirmou que nunca recebeu pedido de Trump para definir juros em um nível específico. “Serei tão independente quanto posso”, assegurou, durante evento do Clube Econômico de Nova York.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em alta de 0,32% cotado a R$ 5,3381, contrastando com o comportamento da moeda americana no exterior. O índice DXY, que mede a divisa em relação a seis pares fortes, sofreu baixa de 0,32%, a 97,331 pontos.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), Weg (WEGE3) e Rumo (RAIL3).
Embraer (EMBR3): 4,63%, R$ 80,3
As ações da Embraer (EMBR3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e dispararam 4,63% a R$ 80,3. O destaque ficou por conta do acordo firmado com a Latam Airlines Group e suas afiliadas para a aquisição de até 74 aeronaves E195-E2, em um movimento considerado histórico tanto para a fabricante brasileira quanto para a companhia aérea. Veja aqui.
A EMBR3 está em alta de 5,38% no mês. No ano, acumula uma valorização de 43,06%.
Weg (WEGE3): 2,09%, R$ 37,11
Quem também se saiu bem foi a Weg (WEGE3), que avançou 2,09% a R$ 37,11. “O mercado procura empresas mais sólidas nestes momentos de incerteza”, explicou Hugo Queiroz, da L4 Capital, ao Broadcast.
A WEGE3 está em baixa de 1,46% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 28,66%.
Rumo (RAIL3): 2,05%, R$ 14,91
Outro destaque positivo foi a Rumo (RAIL3). As ações da empresa fecharam o dia em alta de 2,05% a R$ 14,91.
A RAIL3 está em alta de 2,47% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 12,81%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Cosan (CSAN3), Raízen (RAIZ4) e BRF (BRFS3).
Cosan (CSAN3): -18,13%, R$ 6,14
As ações da Cosan (CSAN3) tiveram a pior performance do Ibovespa hoje e tombaram 18,13% a R$ 6,14 após a companhia anunciar um aporte de R$ 10 bilhões via fundos do BTG Pactual e da empresa de investimentos Perfin. Como explicamos nesta matéria, o preço da oferta e a diluição do investidor minoritário foram os principais fatores negativos que pesaram contra o papel.
Com o desempenho, a empresa perdeu R$ 2,52 bilhões em seu valor de mercado e passou a valer R$ 11,41 bilhões, segundo dados de Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.
A CSAN3 está em alta de 4,96% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 24,75%.
Raízen (RAIZ4): -7,75%, R$ 1,19
Acompanhando o desempenho da Cosan, os papéis da Raízen (RAIZ4) também sofreram e cederam 7,75% a R$ 1,19.
A RAIZ4 está em alta de 1,71% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 44,91%.
BRF (BRFS3): -5,38%, R$ 17,95
Na lista de principais quedas do Ibovespa hoje, estiveram ainda as ações da BRF (BRFS3), que fecharam em desvalorização de 5,38% a R$ 17,95. Esta sessão foi a última de negociação dos papéis na B3. A partir de terça-feira (23), começa a ser negociado o ativo da MBRF (MBRF3), fruto da fusão entre BRF e Marfrig (MRFG3).
A BRFS3 está em baixa de 3,91% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 21,82%.
*Com Estadão Conteúdo