O destaque do dia foi o breve encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Luiz Inácio Lula da Silva, nos corredores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Trump afirmou ter “gostado” de Lula. “Ele parece ser um homem muito legal”, disse no discurso. “Eu gostei dele e ele gostou de mim. E eu apenas faço negócios com pessoas de quem eu gosto.”
O republicano disse ainda que os dois concordaram em marcar uma reunião. “Lula e eu nos abraçamos e concordamos em nos encontrar”, disse, confirmando que o encontro ocorrerá na próxima semana.
Apesar do gesto diplomático, Trump fez críticas ao Brasil. Ele afirmou que o País “enfrenta grandes tarifas por tentar censurar cidadãos americanos” e acusou o governo brasileiro de “perseguir opositores políticos nos EUA”. O republicano contou que passou por Lula ao subir ao púlpito e “não imaginava falar isso sobre o Brasil”, mas defendeu que medidas tarifárias são um “mecanismo de defesa para os americanos” e uma forma de “garantir a soberania dos EUA”.
Na avaliação de José Áureo Viana, sócio da Blue3 Investimentos, a combinação das falas ajudou a criar um ambiente de alívio, reforçando a percepção de estabilidade institucional no curto prazo. “A repercussão das falas de Trump em relação a Lula e o ‘agendamento’ de uma reunião entre os líderes, sem dúvida, impulsionou esse movimento, com a perspectiva de um alívio em um contexto de atritos comerciais recentes”, afirmou.
No dia, investidores também reagiram à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, o Copom reforçou sua postura “vigilante” e repetiu que os próximos passos do colegiado podem ser ajustados. O órgão avaliou que o ambiente externo segue incerto, sobretudo em função da conjuntura econômica e da política monetária nos Estados Unidos, o que tem aumentado a volatilidade dos ativos e exigido cautela redobrada dos países emergentes.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 0,55%, 0,19% e 0,95%, respectivamente. Durante evento, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que o banco central americano seguirá guiado por dados econômicos para definir sua postura monetária, sem admitir interferência política, ressaltando que o BC está “bem posicionado” para enfrentar os desdobramentos.
O dólar hoje fechou em queda de 1,11% cotado a R$ 5,2791, menor patamar desde 4 de junho de 2024. Já o índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de pares fortes, encerrou em baixa de 0,08%, aos 97,264 pontos.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram GPA (PCAR3), RD Saúde (RADL3) e Localiza (RENT3).
GPA (PCAR3): 4,12%, R$ 4,3
As ações do GPA (PCAR3) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje e dispararam 4,12% a R$ 4,3. Empresas cíclicas, mais sensíveis aos ciclos econômicos, como a varejista, beneficiaram-se do recuo dos juros futuros na sessão.
A PCAR3 está em alta de 19,78% no mês. No ano, acumula uma valorização de 68,63%.
RD Saúde (RADL3): 3,92%, R$ 18,3
Quem também se saiu bem foi a RD Saúde (RADL3), que avançou 3,92% a R$ 18,3.
A RADL3 está em alta de 4,27% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 15,94%.
Localiza (RENT3): 3,73%, R$ 40,59
Outro destaque positivo foi a Localiza (RENT3). As ações da companhia fecharam com ganhos de 3,73% a R$ 40,59.
A RENT3 está em alta de 13,25% no mês. No ano, acumula uma valorização de 29,1%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Braskem (BRKM5), Lojas Renner (LREN3) e Raízen (RAIZ4).
MBRF (MBRF3): -6,72%, R$ 19,7
Os papéis da MBRF (MBRF3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje e tombaram 6,72% a R$ 19,7. As ações da empresa passaram a ser negociadas na B3 nesta terça-feira (23), fruto da fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3).
Braskem (BRKM5): -2,38%, R$ 8,2
Entre os destaques negativos, estiveram os ativos da Braskem (BRKM5), que fecharam em queda de 2,38% a R$ 8,2.
A BRKM5 está em baixa de 12,49% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 29,19%.
Lojas Renner (LREN3): -2,15%, R$ 15,92
As ações da Lojas Renner (LREN3) também se saíram mal no Ibovespa hoje e cederam 2,15% a R$ 15,92. Em relatório, a XP manteve a recomendação de compra para a empresa, com preço-alvo de R$ 22,00 para o papel ao fim de 2026, após encontro com o presidente-executivo da varejista, Fabio Faccio, e o diretor financeiro, Daniel dos Santos.
A LREN3 está em baixa de 2,09% no mês. No ano, acumula uma valorização de 34,23%.
*Com Estadão Conteúdo