

O Itaú BBA vê uma oportunidade nas ações da Marcopolo (POMO4), após a queda de aproximadamente 11% registrada nas últimas dez sessões, movimento que contrastou com a estabilidade do Ibovespa.
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O Itaú BBA vê uma oportunidade nas ações da Marcopolo (POMO4), após a queda de aproximadamente 11% registrada nas últimas dez sessões, movimento que contrastou com a estabilidade do Ibovespa.
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Para os analistas Gabriel Rezende, Daniel Gasparete e Pedro Tineo, o recuo foi provocado, sobretudo, por fatores técnicos, maior presença de fundos de hedge no papel e realização de lucros em meio a notícias que, embora negativas no curto prazo, não alteram o cenário projetado para 2026. O banco manteve a recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 13, o que significa um potencial de alta de 48,2% em relação ao fechamento de hoje.
Entre as notícias, o banco lista as previsões de Anfavea e Fabus de volumes domésticos estáveis em 2026, os riscos macroeconômicos na Argentina e o impacto negativo da New Flyer nos resultados. Mesmo assim, o Itaú BBA sustenta a expectativa de lucro líquido entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,4 bilhão para 2026, com possibilidade de alta, caso se confirmem encomendas do programa Caminho da Escola e do Ministério da Saúde.
No curto prazo, a casa projeta um terceiro trimestre de 2025 “forte” e acima do consenso do mercado, com lucro líquido de R$ 345 milhões, já contemplando o efeito pontual da New Flyer. A estimativa é de receita de cerca de R$ 2,7 bilhões, avanço anual de 16% impulsionado por maiores volumes no exterior, enquanto o mercado doméstico deve mostrar queda. A margem Ebitda é calculada em 19%, ante 18,6% no terceiro trimestre de 2024 (excluído o impacto positivo da Metalsur). O resultado financeiro deve se beneficiar da baixa alavancagem e da exposição à dívida em dólar, num câmbio médio de R$ 5,32 no período.
Para 2026, o relatório aponta dois vetores de crescimento. Primeiro, operações internacionais com expansão de um dígito médio, suficiente para superar a premissa de aumento de 4% na receita, mesmo com a Argentina representando apenas 7% a 10% do faturamento. Segundo, a possibilidade de volumes maiores no Caminho da Escola – base de 7,5 mil unidades para 2026/27 – e o pedido de 3 mil micro-ônibus pelo Ministério da Saúde, ainda fora das estimativas. A casa trabalha com margens estáveis, prevendo que ganhos de eficiência e maior participação das vendas externas compensem a maior fatia de ônibus urbanos.
Após a correção recente, o Itaú BBA vê as ações sendo negociadas a 6,9 vezes o lucro estimado para 2026, múltiplo que considera “atrativo” diante do Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) de aproximadamente 24% e de um dividend yield projetado de 7,3% naquele ano. A equipe ressalta, ainda, a possibilidade de elevação do atual payout de 50%, apoiada na baixa alavancagem, embora não haja discussão formal sobre o tema.
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