Exterior positivo antes de ata pode atenuar cautela com MP alternativa do IOF e pesquisa. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje opera em alta de 0,59%, aos 142.187 pontos, às 11h20 (de Brasília) desta quarta-feira (8). As atenções do mercado estão na votação da medida provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos plenários da Câmara e do Senado, além de nova pesquisa sobre o governo Lula. Lá fora, a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ganha destaque.
A valorização de cerca de 1,50% do petróleo (0,50%), somada à elevação majoritária nos índices de ações em Nova York, impulsionam o principal índice da B3 hoje.
A valorização do Índice Bovespa, no entanto, tende a ser discreta, dadas as contínuas preocupações fiscais. Para hoje, o mercado aguarda a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, marcada para as 15h, quando os juros caíram pela primeira vez neste ano.
Os investidores também acompanham a votação da MP 1.303, que cria alternativas para compensar a alta no IOF, nos plenários da Câmara e do Senado. A MP precisa ser aprovada nas duas Casas até as 23h59 para não caducar (ser anulado). Se aprovada nos moldes atuais, a MP pode gerar uma arrecadação ligeiramente maior do que o previsto anteriormente para o governo. Em contrapartida, a PEC 14 — que trata das regras de contratação e aposentadoria dos agentes de saúde — pode ter impacto de até R$ 21,2 bilhões nos cofres das prefeituras.
Ontem, Zarattini também acatou sugestão para elevar de 17,5% para 18% a alíquota unificada de IR sobre o rendimento de aplicações no segmento, que hoje varia de 15% a 22,5%, conforme o prazo do investimento.
Caso a MP seja aprovada, as mudanças nos impostos podem gerar distorções em diversos mercados. “Se engavetada, o governo sofrerá um grande dano na perspectiva de arrecadação e precisará encontrar alternativas para substituir o IOF”, avalia o economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez.
Também está no foco a pesquisa Genial/Quaest, que mostra a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu melhor nível desde janeiro, com aprovação e desaprovação praticamente empatadas. Já Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome que agrada ao mercado, aparece como líder em todos os cenários para a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
No câmbio, o dólar hoje opera em queda de 0,17% sobre o real, negociado a R$ 5,3454 na venda.
Ibovespa hoje: os destaques desta quarta-feira (8)
Bolsas globais avançam à espera da ata do Fed
Após queda na véspera, a abertura é positiva hoje das Bolsas de Nova York, dia em que o destaque é a ata do Fed e falas de diretores. O documento pode reafirmar o quadro dividido no banco central dos EUA e reforçar incertezas quanto ao ciclo total de quedas de juros.
Publicidade
As bolsas europeias sobem, impulsionadas por ações de siderúrgicas que reagem a uma proposta de tarifação do aço importado pela União Europeia.
Odólar hoje avança ante outras moedas fortes, enquanto o ouro opera em nível recorde. O metal precioso vem sendo sustentado pela paralisação do governo dos EUA, que hoje entrou em seu oitavo dia. Já os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) voltam a cair.
Aprovação de Lula cresce após encontro com Trump
A avaliação positiva do governo Lula subiu segundo a pesquisa Genial/Quaest. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está no melhor patamar desde janeiro, quando houve a crise do Pix, seguida do escândalo do INSS e do tarifaço americano às exportações brasileiras.
De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, a gestão do petista é aprovada por 48% dos entrevistados e desaprovada por 49%. Ambos os percentuais oscilaram no limite da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. A aprovação em setembro era de 46% e, a desaprovação, de 51%. Em janeiro, os índices eram 47% e 49%, respectivamente.
Além disso, a pesquisa indica que a maioria dos brasileiros considera que o presidente Lula saiu politicamente fortalecido após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Publicidade
Para 49% dos entrevistados, Lula ganhou força após a aproximação com o mandatário norte-americano. Outros 27% avaliam que ele ficou “mais fraco”, enquanto 10% dizem que sua posição permaneceu a mesma. Já 14% não souberam ou não responderam.
A Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de outubro. O nível de confiança é de 95%.
Cautela fiscal permanece após avanço da MP do IOF no Congresso
O quadro fiscal enseja cautela, após a aprovação apertada da MP alternativa ao aumento do IOF em comissão mista do Congresso ontem. A MP, que aumenta o Imposto de Renda (IR) sobre rendimentos financeiros de 17,5% para 18% e mantém o tributo de bets inalterado, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado para não expirar.
A proposta original visava arrecadar R$ 10 bilhões este ano e R$ 20 bilhões em 2026, mas foi reduzida após pressão dos setores afetados. O relator, deputado Carlos Zarattini, diz que as alterações diminuem a arrecadação em R$ 3 bilhões em 2026, mas economistas acreditam que o impacto pode ser maior. A aprovação da MP nos termos atuais pode, no entanto, resultar em uma arrecadação ligeiramente maior para o governo.
Agenda econômica do dia
Investidores no Brasil aguardam a votação da MP alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos plenários da Câmara e do Senado, após a aprovação ontem em comissão mista do Congresso. Lá fora, a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e discursos de dirigentes do banco central dos Estados Unidos ficam no foco, bem como o oitavo dia de paralisação no governo americano.
Ainda no Ibovespa hoje, repercutem o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de outubro e a produção de veículos pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Publicidade
Enquanto isso, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reúne-se com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em Brasília, para tratar de assuntos institucionais.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva e Silvana Rocha, do Broadcast