Exterior positivo antes de ata pode atenuar cautela com MP alternativa do IOF e pesquisa. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje fechou em alta de 0,56%, aos 142.145,38 pontos. Nesta quarta-feira (8), as atenções do mercado estiveram na votação da medida provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos plenários da Câmara e do Senado, além de nova pesquisa sobre o governo Lula. Lá fora, a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), publicada à tarde, ganhou destaque.
A ata da última decisão de política monetária do Fed menciona que, ao discutir considerações de gerenciamento de riscos que poderiam influenciar as perspectivas para a política monetária, os participantes, no geral, julgaram que os riscos de alta para a inflação permanecem elevados e que os riscos de queda para o emprego estão altos e aumentaram.
Os investidores acompanharam também a votação da MP 1.303, que cria alternativas para compensar a alta no IOF, nos plenários da Câmara e do Senado. A MP precisa ser aprovada nas duas Casas até as 23h59 para não caducar (ser anulada). Se aprovada nos moldes atuais, a medida pode gerar uma arrecadação ligeiramente maior do que o previsto anteriormente para o governo. Em contrapartida, a PEC 14 — que trata das regras de contratação e aposentadoria dos agentes de saúde — pode ter impacto de até R$ 21,2 bilhões nos cofres das prefeituras.
Na terça-feira (7), Zarattini também acatou sugestão para elevar de 17,5% para 18% a alíquota unificada de IR sobre o rendimento de aplicações no segmento, que hoje varia de 15% a 22,5%, conforme o prazo do investimento.
Caso a MP seja aprovada, as mudanças nos impostos podem gerar distorções em diversos mercados. “Se engavetada, o governo sofrerá um grande dano na perspectiva de arrecadação e precisará encontrar alternativas para substituir o IOF”, avalia o economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez.
Também está no foco a pesquisa Genial/Quaest, que mostra a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu melhor nível desde janeiro, com aprovação e desaprovação praticamente empatadas. Já Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome que agrada ao mercado, aparece como líder em todos os cenários para a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
No câmbio, o dólar hoje fechou em leve baixa de 0,11%, negociado a R$ 5,3442 na venda.
Ibovespa hoje: os destaques desta quarta-feira (8)
Bolsas globais fecham em alta à espera da ata do Fed
A avaliação positiva do governo Lula subiu segundo a pesquisa Genial/Quaest. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está no melhor patamar desde janeiro, quando houve a crise do Pix, seguida do escândalo do INSS e do tarifaço americano às exportações brasileiras.
De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, a gestão do petista é aprovada por 48% dos entrevistados e desaprovada por 49%. Ambos os percentuais oscilaram no limite da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. A aprovação em setembro era de 46% e, a desaprovação, de 51%. Em janeiro, os índices eram 47% e 49%, respectivamente.
Além disso, a pesquisa indica que a maioria dos brasileiros considera que o presidente Lula saiu politicamente fortalecido após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Para 49% dos entrevistados, Lula ganhou força após a aproximação com o mandatário norte-americano. Outros 27% avaliam que ele ficou “mais fraco”, enquanto 10% dizem que sua posição permaneceu a mesma. Já 14% não souberam ou não responderam.
Publicidade
A Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de outubro. O nível de confiança é de 95%.
Cautela fiscal permanece após avanço da MP do IOF no Congresso
O quadro fiscal enseja cautela, após a aprovação apertada da MP alternativa ao aumento do IOF em comissão mista do Congresso ontem. A MP, que aumenta o Imposto de Renda (IR) sobre rendimentos financeiros de 17,5% para 18% e mantém o tributo de bets inalterado, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado para não expirar.
A proposta original visava arrecadar R$ 10 bilhões este ano e R$ 20 bilhões em 2026, mas foi reduzida após pressão dos setores afetados. O relator, deputado Carlos Zarattini, diz que as alterações diminuem a arrecadação em R$ 3 bilhões em 2026, mas economistas acreditam que o impacto pode ser maior. A aprovação da MP nos termos atuais deve, no entanto, resultar em uma arrecadação ligeiramente maior para o governo.
Agenda econômica do dia
Investidores no Brasil aguardam a votação da MP alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos plenários da Câmara e do Senado, após a aprovação na terça-feira (7) em comissão mista do Congresso.
Ainda no Ibovespa hoje, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a 0,63% na primeira quadrissemana de outubro, após alta de 0,65% na quadrissemana anterior. Com isso, o índice acumula alta de 4,12% nos últimos 12 meses, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Já a produção de veículos teve alta de 5,8% no mês passado frente ao mesmo período de 2024, chegando a 243,4 mil unidades. Na comparação com agosto deste ano, porém, houve recuo de 1,5% na fabricação de veículos, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Divulgado hoje pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras, o balanço mostra que no acumulado do ano até setembro, houve 1,986 milhão de veículos montados, 6% acima do volume registrado no mesmo período de 2024.
Publicidade
Enquanto isso, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reuniu-se pela manhã com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em Brasília, para tratar de assuntos institucionais.
Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva e Silvana Rocha, do Broadcast