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Educação Financeira

“Sempre um COE”: por que o produto levanta debate sobre conflito de interesses e o modelo de comissões

Alta comissão dos COEs cria incentivo para que o ativo seja vendido até para investidores que não têm aquele perfil de risco; para especialistas, o problema está mais no modelo do que no produto

Por Luíza Lanza

09/10/2025 | 16:44 Atualização: 09/10/2025 | 17:55

Para especialistas, o problema não está no COE, mas na forma como o produto é vendido por assessores e corretoras. (Arte de Victoria Fuoco com imagens de Adobe Stock)
Para especialistas, o problema não está no COE, mas na forma como o produto é vendido por assessores e corretoras. (Arte de Victoria Fuoco com imagens de Adobe Stock)

Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) são um produto de investimento relativamente popular no mercado, embora, muitas vezes, pelos motivos errados. De tempos em tempos, o ativo entra em destaque nas manchetes por causa de histórias de prejuízos entre investidores, como aconteceu esta semana com as perdas acima de 90% de quem investiu em produtos estruturados de Ambipar (AMBP3) na XP Investimentos e no BTG Pactual.

Leia mais:
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Não é por acaso que surgem comentários críticos ao produto dizendo “sempre um COE”. Um sinal da “má fama” do investimento no mercado.

Como contamos aqui, diante da iminente recuperação judicial na Ambipar, XP e BTG decidiram interromper a estratégia dos COEs ligados à companhia que venderam para pessoas físicas ao longo de 2024. A XP antecipou o vencimento e liquidou os ativos, devolvendo aos investidores apenas 6,88% dos valores inicialmente investidos.

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Já o BTG mudou a metodologia de avaliação dos ativos e o investimento passou a ser marcado a mercado, acompanhando a cotação atual dos papéis da Ambipar na Bolsa. Como os bonds da empresa derreteram, quem aplicou em COEs pelo banco ficou com os investimentos perto de zero. Procuradas, as empresas não comentaram.

O episódio ligado à Ambipar reacendeu o debate sobre os COEs, especialmente sobre o conflito de interesses que envolve a venda desse tipo de produto. Como a remuneração é mais alta para quem faz a indicação, muitos assessores acabam incentivados a recomendar o investimento a clientes que, em diversos casos, não compreendem plenamente o risco que estão colocando na carteira.

O produto não é necessariamente ruim, dizem os especialistas, mas possui uma estrutura complexa. Em geral, ele combina características de renda fixa e de renda variável, podendo ser usado para proteger o dinheiro ou tentar potencializar os retornos. Existem COEs ligados a commodities, ações, títulos de renda fixa e moedas, por exemplo, e alguns que unem mais de uma dessas estratégias em um ativo único. Por isso, é possível encontrar muitas variações do produto, com diferentes emissores, taxas, prazos e, portanto, níveis de risco.

“O ativo pode ser uma alternativa interessante para o investidor que busca diversificação e quer acessar temas globais, como índices internacionais, moedas ou commodities, sem investir diretamente nesses mercados. É uma forma de agregar sofisticação à carteira, desde que o investidor compreenda o cenário de retorno e esteja confortável com o prazo de vencimento”, avalia Fernando Gonçalves, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital.

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Para Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, não é um produto de investimentos que cabe na carteira de qualquer investidor. Pode fazer sentido para o qualificado ou institucional, que precisa de um grau de sofisticação maior e tem maior conhecimento dos riscos que o ativo tem – especialmente a baixa liquidez e a chance de perder todo o capital investido. Mas, para a pessoa física, geralmente há alternativas mais simples.

“O COE não é para todo mundo e não tem toda a segurança que muitos profissionais dizem”, afirma Bento. “Hoje temos diversos ETFs disponíveis na B3, por exemplo, que podem ser alternativas ao COE sendo mais baratos e muitas vezes mais eficientes.”

Frederico Nobre, gestor de investimentos da Warren Investimentos, tem a mesma opinião: “Em 99% dos casos, o COE não seria necessário para a compor a carteira de um investidor pessoa física. Tem muitos outros produtos disponíveis sem a mesma complexidade.”

A oferta desse tipo de investimento ao varejo é constantemente alvo de debate. Para o Instituto Empresa, uma associação civil que atua na defesa dos pequenos investidores, o caso dos COEs de Ambipar serve de alerta para reguladores sobre os limites entre inovação financeira e dever fiduciário.

“Há um claro desequilíbrio entre a sofisticação do produto e a capacidade de entendimento do investidor médio”, diz Eduardo Silva, presidente do Instituto. “É essencial que o regulador reforce as exigências de suitability (processo que verifica se o produto é adequado ao perfil de cada investidor) e a supervisão sobre a comunicação de risco. Produtos complexos não podem ser tratados como aplicações convencionais de renda fixa.”

O conflito de interesses e o modelo de comissões

O problema não está no produto, mas na forma como ele é vendido, explicam especialistas. Nos COEs de Ambipar, a reclamação geral é que o produto foi oferecido por assessores como um ativo de renda fixa – uma chancela que, na cabeça de muita gente, significa baixo risco, o que não é verdade. Os investidores confiaram na recomendação sem ler os documentos de produto, que continham alertas mais relevantes: o pagamento da aplicação estava condicionado ao risco de crédito do emissor, não havia cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e o investidor poderia perder tudo que investiu.

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“O produto pode ser bom, mas quem está comercializando deve ter capacidade profunda de transmitir todas as informações necessárias de riscos e prazos ao investidor. Infelizmente, nem sempre é o que acontece e situações como essa deixam isso muito claro”, diz Gustavo Assis, CEO da Asset Bank. “Não acho que COEs deveriam estar em um ambiente de assessoria.”

Ele destaca que os problemas que viralizam são uma pequena amostragem do todo; há muitos profissionais sérios e casos de investimentos bem sucedidos no produto. Mas a recorrência cada vez maior desses episódios acende um alerta na indústria. “Se o cliente está ciente do risco e, mais do que isso, do comissionamento bem expressivo que está pagando, tudo certo. Mas o caso da Ambipar, que não foi o primeiro, mostra que há um problema na comercialização “, afirma.

Trata-se de um modus operandi comum no mercado, que não tem tanto a ver com os COEs ou com as variadas plataformas de investimentos. Mas, sim, com o modelo de comissões sob o qual boa parte das instituições financeiras atua. Nele, a remuneração dos assessores varia de acordo com os produtos que eles vendem aos clientes.

Cada tipo de investimento tem uma comissão específica — e, no caso dos COEs, ela costuma ser bastante alta. No geral, são ganhos de 5% a 10% “na cabeça”, como o mercado chama a remuneração que ocorre logo quando o investimento é contratado. Isso acaba sendo um incentivo para que o produto seja mais vendido, incluindo naqueles casos em que não se adequa ao perfil do investidor.

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“É um desalinhamento. O assessor quer ganhar mais dinheiro, o COE paga uma comissão maior do que outros produtos; logo, há um incentivo para vendê-lo. E a matriz incentiva essa prática, porque também quer um retorno maior”, explica Fred Nobre, da Warren.

No lado da distribuidora, o COE é atrativo porque, por ter liquidez baixa e um prazo determinado longo, é um recurso que entra na tesouraria com maior previsibilidade. A mesa de operações pode utilizá-lo sabendo que só precisa devolvê-lo ao investidor em alguns anos, e que aqueles valores não vão ser resgatados do dia para a noite. “Dentro da estrutura de banco, de corretora, um bom recurso em caixa na tesouraria permite rodar operações que podem dar mais dinheiro antes do prazo de devolução. O ganho da empresa vai muito em cima disso”, explica Gustavo Assis, do Asset Bank.

O assessor de investimentos acaba sendo apenas a ponta dessa dinâmica. No ano passado, esta outra reportagem do E-Investidor mostrou como o modelo de comissões, junto a cobranças e salários baixos criaram um ambiente para que a ética profissional seja testada.

“Na maioria das vezes, o assessor não tem a menor capacidade técnica de entender qual é o nível de risco que aquele COE oferece. O incentivo é que está errado”, pontua Nobre.

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Diego Ramiro, presidente da Associação Brasileira dos Assessores de Investimentos (ABAI) e CEO da Miura Investimentos, destaca que é importante não generalizar o mercado de assessoria. “Como em qualquer profissão, tem assessores bons e ruins. E os assessores são como ‘médicos da família’, foram eles os responsáveis por grande parte do crescimento da educação financeira no Brasil”, diz.

No caso específico envolvendo o COE de Ambipar, Ramiro diz que não dá para colocar só na conta dos profissionais um problema que tem a ver com toda a estrutura do mercado. “Também é uma questão do regulador que olha para a empresa de capital aberto e tem que auditar seu balanço a cada três meses, das plataformas que lançam esses produtos; todos têm a sua culpa. O assessor simplesmente é o porta-voz, mas acabam levando o sentimento negativo dos clientes.”

Procurada, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) disse que não comenta situações específicas, mas que “zela pela orientação e proteção dos investidores, que podem, sempre que necessário, buscar a Autarquia por meio dos canais de atendimento disponíveis”. “A CVM, dentro de sua esfera de competência, acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário”, diz a nota.

A Warren e o Asset Bank operam em um outro modelo, o de fee-fixo. Por isso são críticos à operação via comissões.

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No fee-fixo, ou fee-based, o investidor paga uma taxa fixa por mês para ser assessorado pelos seus investimentos. O modelo já é popular no exterior, em mercados maduros como os Estados Unidos e a Europa, e chegou ao Brasil primeiro na gestão de fortunas. Agora, com as mudanças regulatórias trazidas pela CVM 179, a regra que exige maior transparência nos custos de comissionamento e distribuição de produtos, começa a se popularizar de forma mais ampla. Contamos sobre isso aqui.

  • Como usar a CVM 179 para descobrir taxas escondidas e pagar menos nos investimentos

O modelo de consultoria é apresentado no mercado como uma alternativa menos “conflitada” em relação às assessorias. Como a remuneração dos profissionais não depende das comissões dos produtos nem está atrelada a uma única distribuidora, a gestão da carteira tende a ser mais independente e alinhada ao perfil de risco e aos objetivos do cliente.

“O problema está no modelo de comissões. Se não fossem os COEs, seria outro investimento. O que precisa mudar é a forma como os produtos são usados dentro desse contexto de conflito, para gerar mais retorno às instituições”, afirma Nobre.

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