O dólar hoje opera em baixa, nesta segunda-feira (13), com o mercado atento ao alívio das tensões entre Estados Unidos e China. Na sexta-feira (10), após o fechamento dos mercados, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou taxar em mais 100% os produtos chineses, mas reduziu o tom no domingo ao dizer que “vai ficar tudo bem”. A China cogita uma retaliação caso as tarifas sejam executadas. Por volta das 12h, dólar caia 0,85%, a R$ 5,455. Na mínima, a moeda chegou a R$ 5,451.
No domingo, o presidente americano disse que os EUA “querem ajudar a China, não a prejudicar”, alegando que o presidente chinês, Xi Jinping, “apenas teve um momento ruim” ao impor restrições à exportação de terras raras. Na sexta-feira, o republicano anunciou uma tarifa de 100% para Pequim em retaliação.
“Não se preocupe com a China; tudo ficará bem! O altamente respeitado Presidente Xi apenas teve um momento ruim. Ele não quer depressão para seu país, e eu também não”, escreveu Trump na Truth Social.
Já o Ministério do Comércio da China informou nesta segunda-feira que adotará medidas de retaliação se os Estados Unidos mantiverem a ameaça de cobrar tarifas adicionais de 100% sobre as importações de produtos chineses, após as restrições impostas por Pequim às exportações de minerais raros. Um porta-voz da pasta deu as declarações à agência estatal Xinhua.
Segundo o porta-voz, “recorrer a ameaças de altas tarifas não é a forma correta de lidar com a China”. O representante do Ministério do Comércio afirmou ainda que as medidas de Pequim são “legítimas” e visam “proteger os direitos e interesses” das empresas chinesas. O porta-voz reiterou que o país “não quer uma guerra comercial, mas não tem receio dela”, e pediu que Washington “corrija rapidamente sua abordagem equivocada e preserve os avanços obtidos nas negociações”.
As novas regras chinesas ampliam a lista de minerais sob controle e estendem as restrições à produção e ao uso das substâncias no exterior, inclusive em aplicações militares e de semicondutores. O governo chinês ressaltou que “os controles de exportação não são proibições e que pedidos para uso civil poderão ser aprovados normalmente”.
A escalada da tensão na relação entre os dois países ocorre após os Estados Unidos adicionarem novas empresas chinesas à lista de controle de exportações, incluindo subsidiárias, e anunciarem tarifas portuárias especiais sobre navios chineses. O presidente americano, Donald Trump, chamou as medidas chinesas de “extremamente hostis” e “uma desgraça moral”.
Cenário fiscal no Brasil afeta o dólar hoje
Dados da balança comercial da China, com um aumento bem acima do esperado das importações do país, ajudam também as moedas emergentes, em geral, nesta segunda-feira. Mas o cenário fiscal e político no Brasil pode continuar limitando uma melhora dos ativos locais, após a reação negativa do mercado ao “pacote de bondades” estudado pelo governo, que pode ter impacto de até R$ 100 bilhões em 2026.
No radar dos investidores está ainda a cúpula pela paz em Gaza, liderada por Donald Trump e Abdel Fattah al-Sisi no Egito, nesta segunda-feira. Nos EUA, o feriado do Dia de Colombo mantém o mercado fechado, enquanto a safra de balanços do terceiro trimestre começa amanhã com JPMorgan, Citi e Wells Fargo. A paralisação do governo americano prossegue e limita dados econômicos, e o foco está nas reuniões do FMI e Banco Mundial e em discursos de dirigentes do Fed, como de seu presidente Jerome Powell, amanhã. A Opep divulga hoje o relatório mensal sobre o mercado de petróleo.
No Brasil, destaque para os indicadores de atividade de agosto de serviços, varejo e IBC-BR nos próximos dias. Hoje, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participam da abertura da pré-COP. Há expectativas ainda pela reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros, na quarta, para discutir alternativas de arrecadação após a rejeição da MP do IOF.
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O presidente Lula está em Roma hoje, onde se encontrou com o Papa Leão XIV, no Vaticano. No boletim Focus, a projeção suavizada de IPCA 12 meses à frente passou de 4,21% para 4,13%. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.