O balanço do terceiro trimestre de 2025 da Vibra (VBBR3) veio ligeiramente abaixo das projeções da XP, que destaca a forte geração de caixa como contrapeso à decepção com a Comerc, braço de energia da companhia. Às 10h46 (de Brasília), as ações da Vibra subiam 2,47%.
O Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ajustado somou R$ 1,65 bilhão, avanço de 36% em relação ao trimestre anterior e recuo de 10% ante o último ano, resultado que ficou 6% aquém da estimativa da casa. O lucro líquido, de R$ 546 milhões, também não alcançou a projeção da XP, de R$ 685 milhões.
Segundo os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues, o destaque foi o fluxo de caixa livre ao acionista (FCFE), que atingiu R$ 2,5 bilhões, com retorno de 9,4% no trimestre. Esse desempenho, porém, decorreu principalmente de um efeito positivo de R$ 2 bilhões no capital de giro, segundo a XP. Sem esse empurrão, o FCFE recorrente teria sido de R$ 500 milhões, o que representaria retorno anualizado de 7,4%.
Na distribuição de combustíveis, o Ebitda – já excluída a Comerc – alcançou R$ 1,47 bilhão, avanço de 50% frente ao trimestre anterior e baixa de 8% ante o último ano, praticamente em linha com a projeção da XP. A margem ficou em R$ 159 por metro cúbico, 2% abaixo do esperado, mas 41% acima da registrada três meses antes, quando a praça enfrentou perdas de estoque e concorrência mais dura. A dupla destaca ainda que a rede de postos encolheu 67 unidades, para 7.989.
A corretora considerou encorajadoras as sinalizações para o quarto trimestre. Outro destaque para os analistas foi a operação Carbono Oculto, que mirou 18 distribuidoras com 4 % do mercado, além do avanço do projeto de lei do Devedor Contumaz e da extensão de leis de responsabilidade tributária solidária a São Paulo, Bahia e Minas Gerais.
A frustração do período veio da Comerc, na visão da corretora, responsável por menos de 12% do Ebitda consolidado, mas por cerca de metade do desvio negativo em relação às estimativas. O Ebitda ajustado da subsidiária foi de R$ 171 milhões, retração de 24% em relação ao trimestre anterior e 22% abaixo da projeção da XP. Para alcançar o piso do guidance (projeção) revisado (Ebitda de R$ 1,05 bilhão a R$ 1,15 bilhão em 2025) a Comerc precisará, estima a XP, entregar ao menos R$ 270 milhões no quarto trimestre, o que implicaria crescimento de 13% frente ao período recém-divulgado.
Para a XP, o robusto fluxo de caixa livre da Vibra (VBBR3) tende a compensar, no curto prazo, o desempenho mais fraco da Comerc, ao passo que a melhora do ambiente competitivo no setor de combustíveis, reforçada pelas ações de combate à sonegação, sustenta perspectivas positivas para o fim do ano.