Hapvida (HAPV3) cai mais de 3% após recomprar ações e controlador ampliar participação
Operadora reforça confiança no negócio e afirma que preços atuais representam oportunidade, mas mercado mantém pressão após tombo superior a 40% desde o balanço do 3T25.
Ações da Hapvida voltam a cair após recompra de papéis e ampliação da participação do controlador, apesar de sinalizações de confiança da administração. (Foto: Adobe Stock)
As ações da Hapvida (HAPV3) viveram um vaivém incomum entre ontem e hoje. Na segunda-feira (17), o papel liderou as altas do Ibovespa, avançando 3,71% enquanto o índice recuava 0,33%. Mas o alívio de ontem durou pouco. Nesta terça-feira (18), por volta das 12h20, os papéis da Hapvida estavam e baixa de 3,56%, negociados a R$ 17,36. O movimento foi interpretado como uma tentativa de recuperação após a queda acumulada de 45,58% desde a divulgação do balanço do 3T25, um resultado que provocou forte reação negativa dos investidores.
Essa reação, porém, não freou as iniciativas da própria companhia para reforçar sua percepção de valor no mercado. A Hapvida informou ter concluído a recompra de 20 milhões de ações ordinárias dentro do programa já vigente. Paralelamente, o controlador PPAR Pinheiro Participações e Investimentos, ao lado de integrantes do bloco de controle, também aumentou sua participação, passando a deter 196,8 milhões de papéis ON, volume equivalente a 41,43% do capital social.
Em comunicado, a empresa justificou o movimento. Segundo a administração, as compras refletem “a convicção de que a recente reação do mercado aos resultados do terceiro trimestre de 2025 não reflete os fundamentos da companhia e suas perspectivas de longo prazo”. Em outras palavras, a direção e os controladores entendem que a forte venda vista após o balanço levou o papel a preços considerados desconectados da realidade operacional.
A companhia também reforçou que vem usando o programa de recompra “de forma disciplinada”, avaliando que os preços atuais representam “oportunidade atrativa de alocação de capital e um eficiente instrumento de criação de valor para os acionistas”. A recompra, portanto, aparece não apenas como defesa reputacional, mas como estratégia deliberada para demonstrar confiança no negócio.
No mesmo comunicado, a Hapvida destacou ainda que a iniciativa está alinhada à “crença inegociável da família no propósito da companhia”, à visão de longo prazo e ao compromisso dos controladores em continuar alocando recursos próprios no negócio. A mensagem buscou transmitir estabilidade e firmeza num momento de forte volatilidade.