O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicamos) vem dizendo publicamente que não vai concorrer à presidência da República em 2026. Mas a Faria Lima parece não ter perdido as esperanças em seu candidato dos sonhos.
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O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicamos) vem dizendo publicamente que não vai concorrer à presidência da República em 2026. Mas a Faria Lima parece não ter perdido as esperanças em seu candidato dos sonhos.
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Em um evento realizado pelo UBS nesta terça-feira (25), em São Paulo, o nome do governador esteve na pauta com frequência. Marcello Chilov, head do UBS Global Wealth Management Latin America, chegou a brincar com a plateia de empresários e investidores que cobrassem de Tarcísio a candidatura como um dever cívico – uma missão que o governador de SP, como militar, não poderia declinar.
Entre gestores de investimento, o “trade de eleição” já está na pauta desde o início de 2025. Trata-se de uma alocação mais favorável a ativos brasileiros caso haja uma alternância de poder no ano que vem, com a vitória de um candidato de direita que possa endereçar a questão fiscal. Aos poucos, essa esperança foi se concentrando na figura do atual governador de São Paulo.
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Ao longo de 2025, o peso do tema oscilou junto com os resultados das pesquisas de intenção de voto. Quando a rejeição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) crescia, a euforia do mercado aumentava. Quando caía – como aconteceu nas últimas semanas com o fortalecimento da imagem do governo após a disputa geopolítica e tarifária contra os Estados Unidos, além dos acontecimentos envolvendo a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) –, gestores voltavam atrás e diziam que ainda era cedo para pensar em eleições.
Mas, ao que parece, o “trade Tarcísio” segue firme e forte. Luis Stuhlberger, CEO e CIO da Verde Asset, descreveu o político como alguém “com um nível de preparo político, intelectual e de economia como nunca tivemos. E coragem”, disse, destacando “predicados imensos” que presidentes anteriores não tiveram.
“Acredito piamente que o upside com uma virada do governo com Tarcísio, se ele for candidato, é muito grande”, disse o gestor da Verde no evento.
Bruno Coutinho, fundador e CIO da Mar Asset, também não escondeu o otimismo: “se o Tarcísio vence a eleição, além de ser uma pessoa que já vimos governar, temos o Congresso mais à direita dos últimos tempos. Se o Brasil realinha um Executivo com a pauta correta junto com o Legislativo, o custo de governabilidade cai muito”, destacou.
Como mostramos aqui, essa guinada à direita está sendo observada até pelos investidores estrangeiros como um fator determinante para a alocação no Brasil. Para além da questão fiscal, há certa esperança de que uma gestão pró-mercado seja o gatilho final para o bom desempenho dos ativos de risco brasileiros.
A experiência argentina, quando a eleição do atual presidente Javier Milei levou a um boom nos investimentos do país, anima gestores internacionais; especialmente em um momento em que toda a região da América Latina vê o pêndulo político oscilar para a direita. O Chile e a Colômbia têm discussões semelhantes.
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Uma pesquisa realizada pela CNT/MDA e divulgada nesta terça-feira mostrou Lula à frente de oitos potenciais adversários em um primeiro turno. O atual presidente também derrotaria todos os adversários testados em um eventual segundo turno nas eleições presidenciais de 2026.
Na sondagem, Tarcísio teria 21% das intenções de voto no primeiro turno. Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, com 11,8%; e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, com 5,7%. Brancos e nulos são 14,7%, e indecisos, 4,1%.
Zema esteve no evento do UBS ao lado do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD). Ambos se posicionaram como pré-candidatos às eleições, mas defenderam que vão apoiar qualquer nome da direita que avance ao segundo turno – e foram questionados sobre isso pelos executivos do UBS.
As falas vão contra a organização de figurões da política, como Gilberto Kassab, presidente do PSD, que vem defendendo publicamente uma candidatura unificada da direita para 2026. Para ele, assim como para o mercado, o nome mais forte é o de Tarcísio.
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