O dólar hoje fechou em queda, conforme crescem as expectativas por novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). Nesta quarta-feira (26), a moeda americana recuou 0,78% a R$ 5,3346. Enquanto isso, o índice DXY, que monitora o desempenho da divisa em relação a seis pares relevantes, cedia 0,07% aos 99,595 pontos ao final da tarde.
O mercado acompanhou a divulgação do Livro Bege, um relatório que reúne informações econômicas de diferentes distritos americanos. O monitoramento da plataforma FedWatch, do CME Group, indica atualmente uma probabilidade de 82,7% de um corte de juros nos Estados Unidos em dezembro.
O Livro Bege de novembro apontou que as perspectivas permaneceram amplamente inalteradas, mas com alguns distritos observando um risco aumentado de atividade mais lenta nos próximos meses, enquanto algum otimismo foi observado entre os fabricantes.
Segundo o documento, o consumo geral caiu ainda mais nos distritos, enquanto o gasto no varejo de alto padrão permaneceu resiliente. Em paralelo, a atividade econômica pouco mudou desde o relatório anterior, embora dois distritos tenham notado um declínio modesto.
Mais cedo, investidores monitoraram diferentes dados do país. As encomendas de bens duráveis subiram 0,5% em setembro ante agosto, a US$ 313,7 bilhões. O resultado confirmou as projeções dos analistas consultados pela FactSet, de aumento de 0,5% no período.
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana encerrada em 22 de novembro foi de 216 mil, com uma diminuição de 6 mil em relação ao nível revisado da semana anterior. O número ficou abaixo da previsão compilada pela FactSet, que era de 230 mil pedidos.
Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA, medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago, registrou forte queda para 36,3 em novembro, ante 43,8 em outubro. Analistas consultados pela FactSet previam recuo bem mais leve do indicador, a 43,5 neste mês. A leitura abaixo da barreira de 50 sinaliza contração da atividade econômica.
IPCA-15 ganha destaque no Brasil
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,20% em novembro, acima da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,18%, com intervalo entre avanços de 0,10% e 0,23%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,15% e, nos últimos 12 meses, de 4,50%, abaixo dos 4,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores
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Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. A maior variação e o maior impacto positivo vieram de Despesas Pessoais (0,85% e 0,09 ponto percentual), seguido de Saúde e Cuidados Pessoais (0,29%) e Transportes (0,22%), ambos com o segundo maior impacto no índice geral (0,04 ponto percentual.). As demais variações ficaram entre o recuo de 0,20% de Artigos de Residência e o aumento de 0,19% em Vestuário.
“O processo de desinflação, tanto do índice cheio quanto dos núcleos, está em linha com o previsto. Em síntese, o resultado do IPCA-15 de novembro não deverá trazer maiores implicações para a política monetária”, avalia Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
O que deve guiar o dólar nos próximos dias
Entre os pontos de atenção para os próximos dias, Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, destaca a expectativa em torno dos próximos passos do Banco Central brasileiro, a evolução dos indicadores de inflação e a percepção sobre a sustentabilidade fiscal do País.
“Para consumidores e empresas, o câmbio de hoje representa um cenário relativamente estável, mas sujeito a oscilações rápidas. Viajantes, importadores e pessoas com exposição a moedas estrangeiras devem acompanhar o noticiário, já que mudanças nos juros ou no humor externo podem alterar o preço das principais moedas”, destaca Gusmão.
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