O Itaú BBA elevou o preço-alvo da Camil para R$ 8,00 e manteve recomendação de compra, projetando crescimento médio anual de 40% no lucro por ação até 2026. | Foto: Paulo Pinto/AE
O Itaú BBA manteve a recomendação de Outperform (equivalente à compra) para as ações da Camil Alimentos (CAML3) e elevou seu preço-alvo para R$ 8,00 ao fim de 2026, acima dos R$ 7,50 estimados anteriormente para 2025. Segundo os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazzetto e Ryu Matsuyama, embora o cenário de curto prazo ainda mostre sinais mistos, a perspectiva para os próximos anos é positiva, com destaque para a normalização das margens e um potencial significativo de expansão dos lucros.
As projeções do banco indicam que o lucro por ação da companhia pode crescer, em média, 40% ao ano entre 2024 e 2026, o que levaria o múltiplo Preço/Lucro (P/L) a cair para cerca de 7,5 vezes em 2027, nível considerado atrativo em relação ao histórico da empresa.
O relatório aponta que o segmento de arroz continua pressionado por preços enfraquecidos e estoques elevados, o que restringe o poder de precificação da indústria. A recuperação deve ocorrer de forma gradual ao longo de 2026, dependendo de uma redução mais consistente nos estoques.
Já o segmento de açúcar apresenta uma dinâmica mais favorável. Ajustes recentes na oferta dentro do setor indicam um ambiente competitivo mais equilibrado, o que pode impulsionar margens. Caso essa normalização avance, o Itaú BBA estima que o EBITDA consolidado da Camil pode crescer até R$ 120 milhões em relação a 2024.
Cenário financeiro
Os resultados do segundo trimestre de 2025 não alteraram significativamente as projeções do banco para despesas financeiras, capex ou capital de giro. A alavancagem estimada em 3,0 vezes ao final de 2025 e a manutenção de juros altos seguem pressionando os resultados, retardando uma melhora mais robusta no lucro por ação.
As revisões feitas pelo Itaú BBA ajustaram o EBITDA projetado em apenas -0,6% para 2026 e -3,4% para 2027, indicando estabilidade nas expectativas.
O relatório ressalta que a Camil negocia atualmente a um múltiplo de 9 vezes o lucro projetado para 2026, número que incorpora margens historicamente baixas e um ambiente macroeconômico adverso. Para o banco, até mesmo uma recuperação modesta de 50 pontos-base nas margens poderia reduzir esse múltiplo para 7 vezes – cenário considerado bastante plausível.
A análise conclui que o downside é limitado, uma vez que não há sinais estruturais de deterioração das margens. Ao contrário, a combinação de iniciativas de eficiência, novos negócios e recuperação no segmento de açúcar amplia o potencial de valorização da Camil Alimentos (CAML3) no médio prazo.
Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast