Como usar o 13º salário para investir melhor em 2026: especialistas ensinam estratégias para multiplicar o dinheiro
Analistas afirmam que o fim do ano é o melhor momento para reorganizar as finanças, fortalecer a segurança de curto prazo e posicionar a carteira para um ciclo de valorização em 2026
Especialistas apontam como direcionar o 13º salário para dívidas, reserva de emergência e investimentos com potencial para 2026. (Foto: Adobe Stock)
A chegada do 13º salário costuma despertar a sensação de “dinheiro extra”, mas, na prática, ele pode ser uma das ferramentas mais poderosas para turbinar a carteira de investimentos, desde que usado de forma estratégica. Especialistas ouvidos pelo E-Investidor apontam que este é o momento ideal para reorganizar as finanças, reforçar a segurança de curto prazo e aproveitar oportunidades de mercado para 2026.
O analista de investimentos Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora, destaca que o cenário econômico dos próximos meses abre espaço para ativos sensíveis aos juros. “A partir do final do primeiro trimestre, os juros devem começar a cair e isso deve afetar bastante setores como construção civil, consumo cíclico e empresas mais endividadas”, afirma.
Segundo ele, muitos desses papéis estão depreciados e podem apresentar um potencial de valorização interessante para o próximo ano, o que coloca o 13º como um recurso estratégico para quem deseja aumentar a exposição a ações com boas perspectivas de alta.
Antes de pensar em oportunidades na Bolsa, porém, o primeiro passo é revisar o planejamento financeiro. Carlos Castro, planejador financeiro CFP pela Planejar, lembra que o 13º precisa estar conectado aos objetivos do investidor.
“Quem já investe pode aproveitar o 13º para acelerar metas de curto prazo ou reforçar as de médio e longo prazo”, diz.
Ele explica que muitos investidores ainda não possuem uma reserva financeira adequada – o equivalente de três a seis meses de gastos – e que o fim de ano é um bom momento para estruturar essa base.
Castro reforça que, com a Selic ainda elevada, a reserva em renda fixa tem rendido acima de 1% ao mês em aplicações de liquidez imediata, o que reforça a importância de fortalecer esse colchão de segurança. Além disso, ele alerta para a ordem correta das prioridades, explicando que antes de investir, o trabalhador deve usar o 13º para quitar dívidas. “O custo dos juros do cartão ou cheque especial é maior do que qualquer retorno possível, mesmo em um perfil agressivo”, afirma. Só depois de eliminar dívidas e compor a reserva é que faz sentido pensar em oportunidades de mercado ou aproveitar promoções de fim de ano.
Essa visão é compartilhada pela educadora financeira Valéria Vanessa Eduardo, professora de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera. Para ela, um dos maiores riscos é enxergar o 13º como “bônus”. “Esse é o maior erro, pois ele é parte do salário anual. Essa mentalidade leva a gastos impulsivos e pode transformar o 13º em combustível para endividamento”, afirma.
Segundo a professora, o ideal é dividir o valor entre quitar dívidas caras e iniciar ou reforçar a reserva de emergência em aplicações seguras, como Tesouro Selic, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de liquidez diária ou fundos de renda fixa. Ela lembra ainda que o início do ano concentra despesas como o Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e matrícula escolar, o que exige liquidez para evitar novos endividamentos. “Esse comportamento ajuda a construir patrimônio e impede que o dinheiro evapore em compras impulsivas”, defende.
No consumo, Valéria Vanessa Eduardo recomenda cautela com promoções e atenção às compras realmente necessárias. Se o item desejado já estava no planejamento – e não é fruto de impulso – é possível aproveitar ofertas, mas sempre priorizando pagamento à vista. Produtos de uso contínuo, como itens de higiene, ração para pets ou suplementos, podem ser boas compras pela durabilidade e recorrência.
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Depois de quitar dívidas e garantir a reserva, o investidor pode, enfim, olhar para oportunidades de valorização. Nesse ponto, volta a análise de Gabriel Mollo, em que o analista defende que setores como construção civil e consumo podem se beneficiar de um ciclo de queda de juros em 2026, o que torna o momento favorável para quem deseja fortalecer a carteira com visão de médio prazo.
Dicas de ouro do E-Investidor
A educadora financeira da Rico, Thaísa Durso, elaborou sete estratégias chave para quem desejar utilizar sabiamente o montante do 13º salário. Veja, na tabela a seguir, como orientar seu dinheiro: