Premiações em jogo: do grupo ao título29
Para além da “Glória Eterna“, o interesse pela Libertadores está no expressivo, e crescente, valor das premiações. Esse dinheiro vem diretamente da Conmebol, órgão que administra o futebol sul-americano e que é financiado por acordos de transmissão, venda de direitos internacionais, patrocínios e pelo avanço recente das plataformas de apostas esportivas. Quanto maior a audiência e o alcance do torneio, maior o montante distribuído aos clubes.
Para disputar a Libertadores, os clubes precisam se classificar por meio de seus campeonatos nacionais ou copas regionais. No caso do Brasil, as vagas são distribuídas conforme o desempenho no Brasileirão, Copa do Brasil ou ranking da Conmebol.
As equipes selecionadas não pagam taxa de inscrição para jogar o torneio, mas precisam arcar com os custos operacionais envolvidos. Isso inclui voos internacionais, hospedagem, logística, alimentação, segurança, operação de estádio e eventuais bônus internos por vitória ou classificação. A Conmebol oferece premiações, mas não cobre as despesas, com exceção de raros apoios logísticos pontuais em regiões específicas.
Em 2025, 32 clubes disputaram a fase de grupos da competição, as premiações são pagas já nessa fase. Cada time recebe US$ 3 milhões apenas por participar dessa etapa, o equivalente a cerca de R$ 16 milhões com o câmbio a R$ 5,34. Dentro dos seis jogos da fase (três em casa e três fora), cada vitória garante mais US$ 330 mil, aproximadamente R$ 1,75 milhão.
A partir do mata-mata, os valores crescem em cada classificação. Em 2025, os pagamentos são:
- Oitavas de final: US$ 1,25 milhão (R$ 6,70 milhões)
- Quartas de final: US$ 1,7 milhão (R$ 9 milhões)
- Semifinal: US$ 2,3 milhões (R$ 12,3 milhões)
O maior impacto, como é de se esperar, está na final. O campeão receberá US$ 24 milhões, cerca de R$ 127,92 milhões, enquanto o vice ficará com US$ 7 milhões, perto de R$ 37,31 milhões. Como os valores são cumulativos, o total recebido por um clube finalista pode ultrapassar os R$ 200 milhões considerando desempenho positivo na fase inicial.
Ingressos, passagens e pacotes de viagem
Para assistir à final no estádio, além do amor pelo clube, é preciso preparar o bolso. A Conmebol comercializa os ingressos exclusivamente on-line e em dólar. Há três principais categorias de ingressos:
- Categoria 1 (tribunas centrais): US$ 320, ou cerca de R$ 1.705,60
- Categoria 2: US$ 200, ou R$ 1.066,00
- Categoria 3 (arquibancadas Norte e Sul): US$ 95, ou R$ 506,35
Como a decisão acontece fora do Brasil, muitos torcedores acabam recorrendo a pacotes completos. Os oficiais têm valores que giram em torno de R$ 21 mil por pessoa, incluindo passagem aérea, hospedagem e ingresso.
Só as passagens aéreas sofreram forte pressão de demanda. Uma viagem São Paulo – Lima (ida e volta) custa pelo menos R$ 10.800, enquanto a saída do Rio de Janeiro fica em R$ 11.800. Na hospedagem, duas noites em hotel mais econômico não saem por menos de R$ 6 mil, considerando disponibilidade reduzida e aumento sazonal por conta do evento.
Segundo projeções de consultorias esportivas e autoridades locais, o evento deve movimentar cerca de US$ 75 milhões na economia de Lima. O valor vem principalmente do gasto de torcedores com passagens, hotéis, alimentação, transporte e turismo. O aumento repentino da demanda fez buscas por voos entre Brasil e Peru saltarem mais de 5.000%, pressionando preços e lotando a rede hoteleira da capital.
Os finalistas também capturam parte desse movimento. Jogos eliminatórios elevam o faturamento com bilheteria, venda de produtos oficiais e ativações comerciais. Para os protagonistas deste sábado, a disputa rende visibilidade global e amplia receitas paralelas ao prêmio esportivo. Essa soma reforça o papel da competição como um dos principais motores financeiros do futebol sul-americano.
Salários
No Flamengo, os salários mensais mais altos chegam a cerca de R$ 1,8 milhão (como Alex Sandro e Bruno Henrique). Promessas da base como Cleiton recebem R$ 35 mil mensais. No Palmeiras, Andreas Pereira lidera com R$ 2,2 milhões por mês, seguido por Vitor Roque e Paulinho (aproximadamente R$ 2 milhões). Garotos da base como Allan ganham cerca de R$ 45 mil.
Comparativo histórico: 2021 x 2025
A final de 2021 também foi disputada entre Palestra Itália e Rubro-Negro, mas no Uruguai. Veja a comparação:
- Prêmio do campeão: 2021: US$15 mi / 2025: US$24 mi
- Ingresso Cat.1: 2021: R$3.600 / 2025: R$1.700
Dicas rumo à Libertadores 2026
Segundo informações preliminares, Montevidéu (Estádio Centenário) deve sediar a final da Libertadores 2026. Para se planejar:
- Voos: passagens diretas são mais baratas (R$ 1 mil a 3 mil).
- Hospedagem: comece a reserva com antecedência.
- Ingressos: acompanhe as datas de venda oficial.
- Alertas de preço: use aplicativos para monitorar variações de passagem e hotel.
O jogo das apostas: odds, volumes e alerta
As odds (retorno potencial sobre aposta) apontam vantagem para o Flamengo, cotado a 1,70 na Betano, enquanto o Palmeiras aparece a 2,15.
Apesar do exorbitante potencial fluxo financeiro, é importante chamar atenção para os riscos das apostas, segundo levantamento conduzido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), cerca de 10,9 milhões de brasileiros com mais de 14 anos, o equivalente a 6,8% da população nessa faixa etária, já apostam de forma considerada arriscada, com impacto emocional, familiar ou financeiro, e aproximadamente 1,4 milhão apresentam padrões compatíveis com transtorno do jogo.
Com a regulamentação das apostas esportivas e jogos online em vigência desde 2025, ganhos líquidos acima de R$ 2.112 são tributados na fonte com alíquota de 15% de Imposto de Renda, conforme as regras definidas pela Lei 14.790/2023 e regulamentação do Ministério da Fazenda. Apostas não são investimentos e devem ser tratada como entretenimento de risco, com limite financeiro e sem expectativa de retorno.
Patrocínio de bets: o novo jogo
Palmeiras e Flamengo possuem patrocinadores máster do setor de apostas: Sportingbet e Betano, respectivamente. Em 2025, os valores ultrapassam R$100 milhões/ano no caso do Verdão, e R$220 milhões/ano para o Flamengo. Com a regularização das apostas, os clubes brasileiros passaram a depender financeiramente dessas parcerias.
Segundo dados da Associação Nacional de Jogos e Loterias ANJL, 100% dos times da Série A têm alguma parceria com bets. Em sete anos, os valores de patrocínio no futebol brasileiro saltaram de R$ 295 milhões (2018) para R$ 1,1 bilhão (2025).