Mercados iniciam dezembro sob pressão após tom mais duro do Banco Central do Japão
Sinalização de aperto monetário no Japão pesa sobre ações asiáticas e fortalece o iene; investidores também aguardam dados dos EUA enquanto o Brasil enfrenta maior tensão política e riscos fiscais
Bolsas globais iniciam dezembro em leve baixa após o Banco Central do Japão adotar tom mais duro sobre juros. (Foto: Adobe Stock)
O mês de dezembro começa com as principais bolsas globais em leve baixa, pressionadas pelo tom mais duro adotado pelo Banco Central do Japão (BoJ). A autoridade monetária reforçou a possibilidade de alta de juros, o que fortaleceu o iene e pesou sobre as ações asiáticas. Nos Estados Unidos, os índices futuros de Nova York também recuam, enquanto investidores aguardam dados de atividade e inflação que devem calibrar as apostas para a próxima decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA). Apesar disso, a curva futura americana já precifica em mais de 100% a probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual em dezembro.
No câmbio e renda fixa, o dólar opera em leve baixa frente às principais moedas globais, enquanto os rendimentos dos Treasuriesavançam. Entre os criptoativos, o movimento é de forte correção, com quedas acentuadas de Bitcoin e Ether.
Nas commodities, os contratos futuros de petróleo sobem nesta manhã, após a Opep+ confirmar a manutenção da pausa nos aumentos de produção no primeiro trimestre. A interrupção de embarques pelo oleoduto CPC também adiciona preocupações sobre a oferta. Já os preços futuros do minério de ferro avançaram 1,14% na madrugada, em Dalian, alcançando US$ 113,21 por tonelada.
Apesar do avanço das commodities, o clima de maior cautela nos mercados internacionais tende a limitar o desempenho do Ibovespa no pregão de hoje. No cenário doméstico, notícias sobre uma possível piora na relação entre os poderes Executivo e Legislativo aumentam o receio de uma nova onda de projetos com impacto fiscal significativo. Apenas quatro medidas em tramitação na Câmara e no Senado, caso aprovadas, poderiam gerar um impacto superior a R$ 100 bilhões entre 2026 e 2027, o que deve manter pressão sobre os juros futuros.