Veja o desempenho do dólar na sessão. Foto: Adobe Stock
O dólar hoje inicia as negociações desta segunda-feira (8) no campo negativo com a possibilidade do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) desistir da sua candidatura à presidência nas eleições de 2026. Às 10h (de Brasília), a moeda americana recuava 0,49% frente ao real, cotada a R$ 5,4145. No domingo (7), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o “preço” para desistir da sua candidatura é “Bolsonaro livre” e “nas urnas”. A declaração foi feita em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record TV.
A sinalização de um recuo ocorre após a reação do mercado financeiro à notícia de que Flávio seria o nome escolhido por Jair para disputar à presidência. Na sexta-feira (5), o dólar disparou 2,29% contra o real, a R$ 5,43, enquanto o Ibovespa caiu 4,31%, aos 157.369,36 pontos. Foi o pior pregão da B3 desde 22 de fevereiro de 2021, dia em que o então governo de Bolsonaro interveio na Petrobras (PETR4), segundo dados da Elos Ayta Consultoria.
“A leitura é de que o processo eleitoral pode ficar ainda mais polarizado e com menos clareza sobre a trajetória fiscal e o compromisso com reformas, o que naturalmente deixa o investidor mais defensivo no curto prazo”, explica o estrategista-chefe da Davos Investimentos, Ricardo Pompermaier.
No exterior, investidores monitoram o índice de preços de gastos com consumo dos Estados Unidos, o PCE – medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) –, que subiu 0,3% em setembro, ligeiramente acima do previsto. Mesmo assim, o dado não alterou apostas de corte de juros na próxima semana.
Além disso, os Estados Unidos voltam ao radar com um conjunto de indicadores capazes de influenciar a abertura do Ibovespa hoje. Ao meio-dia, o Departamento do Comércio divulga as encomendas à indústria, além de dados de produtividade do setor não agrícola e do custo da mão de obra, termômetros diretos do ritmo de atividade e da pressão salarial na maior economia do mundo.
Também está no calendário o leilão de títulos de três anos do Tesouro americano, sempre acompanhado de perto porque ajuda a calibrar expectativas sobre juros.