O dólar hoje voltou a fechar em alta, com o mercado de olho em mais uma pesquisa eleitoral no Brasil e no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A moeda americana encerrou esta quinta-feira (18) em leve valorização 0,01% a R$ 5,5237, maior valor de encerramento desde o dia 1º de agosto, então a R$ 5,5456.
A Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada pela manhã mostra que, se as eleições gerais de 2026 fossem realizadas hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria todos os adversários, tanto no primeiro quanto no segundo turno.
O instituto traçou vários cenários, incluindo a entrada no páreo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), indicado por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está preso e inelegível, para representá-lo nas urnas. Neste cenário, no primeiro turno, Lula teria 48,1%, Flávio 29,3% e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) 7,2%.
Num cenário ampliado, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a pesquisa mostra Lula com 47,9%, Flávio com 21,3%, Tarcísio com 15% e Caiado com 4,4%. Na disputa com Tarcísio, sem o senador Flávio Bolsonaro, Lula teria 48,8%, o governador de São Paulo 28,3% e Caiado 5,5%.
Na disputa contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Lula teria 48,8%, Michelle 30% e Caiado 7,5%. Num cenário sem nenhum Bolsonaro ou Tarcísio, Lula pontua 48,8%, Caiado 16,3%, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) 11,7% e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) 9%.
Em eventual segundo turno, onde o petista ganharia de todos os concorrentes, a pesquisa mostra: Lula com 49% contra 45% de Tarcísio; Lula com 50% contra 45% de Michelle Bolsonaro; Lula com 53% contra 41% de Flávio Bolsonaro, Lula com 49% contra 39% de Caiado, Lula com 49% contra 39% de Zema e Lula com 49% contra 39% de Ratinho Júnior.
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 15 de dezembro, com 18.154 pessoas em todo o território nacional, com margem de erro de 1 ponto porcentual para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.
Publicidade
“A moeda americana teve alta leve muito por conta do fluxo de saída de dólares. Essa pesquisa eleitoral também adicionou mais incerteza e, para o investidor se proteger, ele prefere sair do País”, explica Nicolas Gass, estrategista de investimentos e sócio da GT Capital.
CPI ganha destaque nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% nos dois meses de setembro a novembro, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho. Na comparação anual, o CPI subiu 2,7% em novembro. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam para novembro altas de 0,3% e 3,1%, respectivamente.
Em setembro, o índice cheio do CPI teve valorização de 0,3% na comparação mensal e acréscimo de 3,0% no confronto anual. O número foi divulgado em caráter excepcional durante a paralisação do governo dos Estados Unidos, que atingiu o recorde com duração mais longa da história da máquina pública americana.
Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, o dado do CPI abaixo do esperado alimentou o otimismo entre investidores de que as pressões inflacionárias estão arrefecendo o suficiente para permitir uma flexibilização da política monetária americana além do que o mercado já esperava.
“No entanto, apesar de esses números se mostrarem benignos, tudo isso tem que ser considerado com certa ressalva por conta da ausência dos dados comparativos de outubro no documento”, afirma Alves.
Publicidade
Confira aqui em tempo real o dólar e as notícias sobre as principais moedas internacionais.