Foguete explodiu minutos após a decolagem e provocou forte reação negativa do mercado. (Foto: Adobe Stock)
O que era para ser um marco histórico da corrida espacial brasileira terminou em forte turbulência para a Innospace (listada na Coreia do Sul como KOSDAQ: 462350). A explosão do foguete HANBIT-Nano, poucos minutos após o lançamento a partir da base de Alcântara, no Maranhão, não apenas interrompeu a missão inaugural da empresa sul-coreana no Brasil, como também fez as ações da companhia caírem 24%, configurando a maior desvalorização intradiária desde agosto.
O veículo decolou às 22h13 no horário de Brasília (01h13 GMT), com atraso de cinco dias em relação ao cronograma inicial. Cerca de dois minutos após o lançamento, a transmissão oficial exibiu uma mensagem indicando uma “anomalia” durante o voo, antes de o sinal ser abruptamente interrompido.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o foguete iniciou sua trajetória vertical conforme o planejado, mas um problema ainda não detalhado levou à queda do veículo em solo. Equipes técnicas, autoridades e o Corpo de Bombeiros foram acionados para analisar os destroços e a área do impacto.
O acidente também reacendeu dúvidas sobre a confiabilidade da tecnologia e o ritmo de expansão da empresa no disputado setor de lançamentos comerciais. A companhia não divulgou novas informações sobre as causas do ocorrido e não respondeu imediatamente a pedidos de comentários das agências de notícias.
O lançamento foi adiado várias vezes
Inicialmente previsto para a semana anterior, foi postergado após a identificação de uma anomalia em um componente da unidade de resfriamento do sistema de alimentação do oxidante do primeiro estágio durante inspeções finais.
Na sexta-feira (19), um novo atraso ocorreu em razão de condições climáticas desfavoráveis.
Em comunicado anterior, a Innospace afirmou que substituiu o componente ainda na plataforma de lançamento, o que permitiu que a missão Spaceward fosse realizada dentro da janela prevista, entre 16 e 22 de dezembro. A missão transportava oito cargas registradas, incluindo cinco pequenos satélites, para clientes não divulgados.
A operação contou com suporte operacional da Força Aérea Brasileira e da Agência Espacial Brasileira (AEB), em coordenação com outros órgãos. Em março de 2023, a empresa já havia realizado, a partir da mesma base, o lançamento do veículo de testes HANBIT–TLV, utilizado para validar o desempenho de seu motor híbrido de 150 quilonewtons (kN).