(Estadão Conteúdo) – O dólar operou em baixa hoje ante a maioria das moedas rivais, em sessão marcada pela menor liquidez com fechamento dos mercados nos Estados Unidos e no Reino Unido por conta de feriados. A inflação segue um dos principais alvos de atenção, e o euro se valorizou ante o dólar seguindo a publicação de dados na Alemanha. Nos EUA, o alvo é o Federal Reserve (Fed), em semana que conta com a publicação do Livro Bege da autoridade monetária e a divulgação do relatório de empregos (payroll) de maio.
Perto do horário do fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 109,54 ienes, o euro subia a US$ 1,2227 e a libra avançava a US$ 1,4207. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana contra seis pares, registrava queda de 0,20%, a 89,853 pontos, perdendo o nível simbólico dos 90 pontos.
Além das publicações, nos EUA a semana contará ainda com um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. Um crescente número de dirigentes começa a defender mais explicitamente o início dos debates sobre a redução do QE. O payroll de sexta-feira deve apresentar um direcionamento à postura da autoridade monetária.
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“Com o fim da crise de covid-19 próximo e a recuperação em andamento, o fundamental será a consolidação, e o Fed e o Banco Central Europeu (BCE) começando a reverter suas políticas expansionistas, como quando começarem a reduzir as compras de ativos”, aponta o BBVA em relatório sobre a recente apreciação do euro ante a moeda americana.
“Está todo mundo focado na inflação”, resume a gerente de fundos da PineBridge Investments, Mary Nicola. Hoje, foi divulgado que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha avançou em ritmo anualizado de 2,5% em maio e 0,5% na comparação com abril – em ambos os casos, acima das projeções. Na visão do ING, a leitura dificulta a provável estratégia do BCE de silenciar sobre o programa de compra de ativos (QE, na sigla em inglês). “A estratégia de evasão pode funcionar na próxima semana, mas não por muito tempo”, avalia.
O dólar avançava a 6,3732 yuans no mercado onshore, depois que o Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) anunciou que irá elevar o compulsório sobre depósitos em moeda estrangeira, de 5% para 7%. Na visão do ING, isso pode proteger o yuan de uma valorização mais rápida. “Em suma, isso deve ser suficiente para desacelerar o ritmo de valorização do yuan. Mas pode não impedi-lo”, aponta.