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- Mark Suzman, diretor executivo da Fundação Gates, disse aos funcionários que está em contato com os Gates para fortalecer "a viabilidade e estabilidade de longo prazo da fundação"
- A cobertura massiva da imprensa do caso tem manchado a personalidade de tecnofilantropo geeky de Gates e levantado a dúvida se o ex-casal será capaz de trabalhar lado a lado sem comprometer a operação da Fundação Bill e Melinda Gates
- Gates, 65 anos, cofundador da Microsoft, é a quarta pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 143,8 bilhões
(Sophie Alexander – WP/ Bloomberg) – Quando Bill Gates e Melinda French Gates anunciaram a inesperada separação deles após 27 anos de casamento, disseram que não haveria mudanças na fundação de US$ 50 bilhões que criaram e administram.
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Agora, cerca de três semanas depois, após revelações de que Melinda começou a pensar no divórcio anos antes, em parte por causa da amizade de Bill com Jeffrey Epstein, e em meio a relatos de comportamento duvidoso por parte dele na Microsoft, há sinais de que mudanças possam estar a caminho em uma das organizações filantrópicas mais poderosas do mundo.
Mark Suzman, diretor executivo da Fundação Gates, disse aos funcionários que está em contato com os Gates para fortalecer “a viabilidade e estabilidade de longo prazo da fundação”.
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“Estou debatendo ativamente com Bill e Melinda as medidas que eles talvez adotem”, disse Suzman em um comunicado na quinta-feira, também referindo-se ao bilionário Warren Buffett, o terceiro integrante do conselho da fundação.
Suzman disse que nenhuma decisão foi tomada, mas acrescentou que Bill e Melinda “reafirmaram o compromisso deles com a fundação e continuam a trabalhar juntos em nome de nossa missão”. Ele também deixou claro que “a fundação nunca recebeu qualquer acusação de assédio em relação a Bill”.
É a última reviravolta do que parece ser uma separação cada vez mais amarga.
Desde o anúncio do divórcio postado no Twitter, houve relatos de que Bill teve um caso extraconjugal e deu em cima de outras funcionárias da Microsoft. O The New York Times relatou na quarta-feira que Gates recebeu reclamações a respeito do comportamento de Michael Larson, que dirige a Cascade Investment e há décadas supervisiona a fortuna dos Gates.
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A cobertura massiva da imprensa do caso tem manchado a personalidade de tecnofilantropo geeky de Gates e levantado a dúvida se o ex-casal será capaz de trabalhar lado a lado sem comprometer a operação da Fundação Bill e Melinda Gates.
O Wall Street Journal informou na quinta-feira que eles estão considerando trazer diretores externos, sem citar os nomes dessas pessoas.
Atualmente, há apenas três curadores: Gates, Melinda e Buffett, que adicionou mais de US$ 27 bilhões de seu próprio dinheiro à fundação nos últimos 15 anos.
Quaisquer mudanças na estrutura da fundação podem ter um grande impacto em seu foco.
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Adicionar mais pessoas ao conselho poderia “democratizar o processo de tomada de decisão final”, na fundação, disse Maribel Morey, historiadora da filantropia e diretora executiva do Instituto de Ciências Sociais de Miami.
Um conselho com apenas três pessoas é incomumente pequeno para uma fundação de seu tamanho. A Fundação Ford, que tem cerca de um quinto do tamanho da Fundação Gates, tem 15 integrantes em seu conselho. A Fundação Rockefeller, com um décimo do tamanho, não tem menos do que 12 em qualquer época.
Aumentar o número de pessoas que compõem o conselho seria positivo, disse Maribel, e eles poderiam usar isso para reforçar a diversidade.
“Neste momento, é uma decisão mutuamente benéfica porque, por um lado, a Fundação Gates está sob muito mais escrutínio”, disse Maribel. “Por outro, faz muito mais sentido incluir outras pessoas na sala quando você é um casal divorciado com apenas outra pessoa no conselho.”
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O destino da fundação é apenas um aspecto do divórcio.
Gates, 65 anos, cofundador da Microsoft, é a quarta pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 143,8 bilhões, de acordo com o Índice Bloomberg Billionaires.
O maior ativo dele é a Cascade, a holding que criou com os lucros das vendas de ações da Microsoft e dividendos administrados por Larson. Por meio da Cascade, Gates tem participações em imóveis, energia e hotelaria, assim como participações em dezenas de empresas de capital aberto, incluindo Canadian National Railway e Deere & Co. Os Gates também estão entre os maiores proprietários de terras privadas dos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, houve várias transferências de ações no valor de mais de US$ 3 bilhões da Cascade para Melinda, entre elas da Deere, Canadian National Railway Co. e AutoNation Inc.
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Isso é apenas uma fração dos cerca de US$ 50 bilhões em participações informados pela empresa.
Tradução de Romina Cácia