- O e-commerce aumenta durante o período da pandemia e empresas de varejo investem cada vez mais em logística para garantir a entrega dos produtos.
- Os investimentos permitem que as empresas entreguem os produtos no mesmo dia da compra ao consumidor.
- Ao investir nessas empresas, o investidor precisa analisar outras variáveis que interferem no retorno final dessas ações.
(Daniel Rocha/especial para o E-Investidor) – Para atender o aumento da demanda no e-commerce durante o período de pandemia, o setor de varejo investe em logística para garantir uma entrega mais rápida ao cliente.
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Na avaliação de especialistas, essas mudanças podem aumentar o valor de mercado dessas empresas na bolsa, o que sinaliza ao investidor uma ótima oportunidade de investimento. Mas antes de apostar nessas empresas, é preciso analisar outros aspectos fundamentais que influenciam no retorno dessas ações.
No mês de junho, o Mercado Livre iniciou o serviço de entrega de encomendas no mesmo dia para a região da Grande São Paulo e para as regiões metropolitanas de Florianópolis (SC) e Salvador (BA). Americanas e a Amazon também fizeram investimentos na logística para reduzir o tempo de entrega dos produtos nos últimos meses. De acordo com Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, essas mudanças são positivas para melhorar a qualidade do serviço dessas empresas, pois o comércio on-line ganhou um “boom” com a pandemia.
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“Com as vendas físicas voltando, pode ser que o ritmo das vendas on-line possa diminuir, mas isso não significa que não vá continuar em plena expansão, porque vai”, afirma. No entanto, Henrique acrescenta que o investimento em logística não pode ser o único motivo para a decisão de investir nas empresas de varejo. É preciso analisar outras variáveis essenciais que contribuem para um bom resultado. “É preciso olhar os últimos resultados, quanto tem crescido, se tem obtido lucro, gerado caixa. Tudo isso é muito importante”, destaca.
Thomaz Bianchi, sócio da M7 Investimentos, também traz a mesma orientação. O investidor precisa prestar atenção na qualidade do produto e serviço que a empresa oferece. “É necessário ter um aplicativo intuitivo e de fácil navegação. Não adianta nada ter uma logística fantástica, se o consumidor não tiver uma experiência positiva!”, ressalta. Sem o equilíbrio de toda cadeia produtiva até a entrega do produto final, o resultado da empresa pode ficar prejudicado, impactando no valor da cotação na bolsa. “Valorização na bolsa é uma consequência do que a empresa entrega em relação a expectativa do consumidor”, afirma.
Influência na cotação
Quando as empresas anunciam mudanças na logística para melhorar o serviço, o preço dos papéis na bolsa de valores tende a crescer. No dia 14 de junho, quando o Mercado Livre (MELI34) iniciou o serviço de entregas de encomendas no mesmo dia em três cidades, a cotação do papel da empresa fechou em alta de 2,15%, custando R$ 60,70.
O mesmo efeito aconteceu com a Amazon (AMZO34). No dia 1º de abril, quando a empresa anunciou a entrega de produtos no mesmo dia, os papéis da empresa fecharam em alta de 3,14%, chegando a R$ 115.
De acordo com André Zonaro, analista da Nord Research, esse efeito é um indício que o investimento em logística reflete de forma positiva para o mercado financeiro. Mas ele acrescenta que o sustento desse preço na bolsa a médio e a longo prazo depende da entrega do resultado. “No curto prazo, a tendência é que a notícia afete positivamente. Mas o que mantém a ação naquele patamar é de fato a entrega do resultado”, esclarece.
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Já na visão de André Pimentel, sócio da Performa Partners, esses anúncios de investimentos de logística sinalizam o aumento da competitividade das empresas no mercado. “As empresas que fizeram investimentos em logísticas e distribuição estão sendo mais valorizadas, de um modo geral, do que companhias que não estão preocupadas com isso”, analisa.