(Reuters) – O mercado de 22 trilhões de dólares de Treasuries pode receber um choque de realidade do Federal Reserve nesta semana depois da queda nos juros que contrariou expectativas de rendimentos mais altos este ano conforme a economia se recupera da pandemia de Covid-19.
Os rendimentos, que se movimentam de forma inversa aos preços, estão em tendência de baixa desde a última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) em junho. Inicialmente o mercado sentiu o Fed um pouco “hawkish”, uma vez que as autoridades projetaram na semana passada um cronograma acelerado para as altas de juros e abriu discussões sobre encerrar as compras de títulos da época de crise diante de um cenário de alta da inflação.
Mas o rendimento do referencial de 10 anos, que chegou a subir a 1,776% no final de março, caiu para o menor nível desde fevereiro na terça-feira, a 1,1280%. Junto com o rendimento do título de 30 anos, ele foi negociado na sexta-feira cerca de 30 pontos básicos abaixo de onde estava pouco depois da reunião.
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A curva de rendimento também se achatou desde então, com a diferença entre as notas de dois e dez anos diminuindo para o menor nível desde fevereiro.
O Fomc se reúne na terça e quarta-feiras. George Gonçalves, chefe de estratégia macro para os EUA no MUFG, disse que o banco central precisa lutar contra mercado e manter uma perspectiva otimista que mostre que a economia tem um “caminho decente” e que o banco central ainda pretende reduzir suas compras mensais de títulos de 120 bilhões de dólares.
Estrategistas do Morgan Stanley também acreditam que a reunião pode ser um importante catalisador para elevar os rendimentos.
“Uma avaliação otimista da economia pelo Fed e discussões contínuas de redução pode soar ‘hawkish’ para o mercado”, escreveram eles em relatório na quinta-feira.
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Eles destacaram que a reação do mercado desde o encontro de junho deveu-se a fatores financeiros como a saída de apostas de que a curva de rendimentos se inclinaria e ajustes de posições, exacerbados por preocupações com a variante Delta do coronavírus e desaceleração do crescimento econômico.