(Reuters) – O estoque total de crédito do sistema financeiro no Brasil teve alta de 0,9% em junho na comparação com o mês anterior, para 4,214 trilhões de reais (52,6% do PIB), impulsionada mais uma vez pelo aumento das operações às famílias, cujo nível de endividamento bateu novo recorde no mês.
O estoque do crédito às pessoas físicas cresceu 1,5% no mês passado, enquanto o das empresas teve alta de apenas 0,1%, mostraram números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira. Já as concessões aumentaram 0,8% para as empresas e 2,7% para as famílias, segundo dados com ajuste sazonal.
O desempenho se dá em meio a uma redução do crédito direcionado às pessoas jurídicas, após as fortes concessões realizadas no ano passado com iniciativas de enfrentamento à crise da pandemia, como o Pronampe, programa de crédito para micro e pequenas empresas.
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Considerando apenas o crédito livre, em que as taxas são pactuadas entre bancos e tomadores sem a interferência do governo, o estoque de crédito cresceu 1,3%.
A taxa média de juros cobradas dos tomadores nesse segmento recuou 0,2 ponto percentual no mês, para 28,3%, mesmo com o aperto monetário promovido pelo Banco Central. A redução refletiu uma queda do spread bancário de 0,4 ponto, a 21,4 pontos percentuais.
Em junho, a inadimplência no segmento de recursos livres voltou a 2,9%, depois de ter subido a 3,0% no mês anterior.
ENDIVIDAMENTO
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O endividamento das pessoas físicas, que mede a razão entre o estoque total das dívidas das famílias e a renda acumulada por elas em 12 meses, aumentou de 58,0% em maio para 58,5% em junho, maior patamar da série, que tem início em janeiro de 2005. Excluindo o crédito imobiliário, que tem prazos mais longos, essa relação ficou em 36%, patamar também recorde.