- Mesmo com bons números nos resultados, as ações da companhia só acumulam quedas
- Nem mesmo as mudanças no nome, posicionamento e ticker foram o suficiente para animar o mercado
- É importante ressaltar que a queda não é somente nos papéis da Via (VIIA3). Todas as varejistas têm passado por dificuldades
Os resultados da Via dobraram no segundo trimestre de 2021. Além de um lucro de mais de R$ 130 milhões, foi reportada uma receita bruta de R$ 11,4 bilhões. O que significa um avanço de 51% ante o mesmo período em 2020.
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Mesmo com esses números no último resultado trimestral, as ações da companhia só acumulam quedas. Nem mesmo as mudanças no nome, posicionamento e ticker foram o suficiente para animar o mercado.
Pelo contrário: na estreia do novo ticker da Via (VIIA3), as ações tiveram uma baixa de 4,5%.
Atuação no e-commerce
Se tem uma coisa que podemos afirmar sobre a pandemia é que ela acendeu um alerta para os varejistas. A necessidade de investir no e-commerce nunca foi tão alta e disputada como hoje.
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Mirando isso, a Via, que até o último dia 16 operava como Via Varejo, iniciou um grande processo de reposicionamento da marca. Para mim, é muito evidente que a varejista, dona das Casas Bahia, precisava desta mudança. Afinal, estava ficando para trás dos seus concorrentes.
Mas por que uma empresa que se atualiza e registra um lucro de mais de 100% em relação ao trimestre anterior vê as suas ações despencarem? Primeiro, como eu sempre falo, nunca podemos analisar uma ação apenas por um indicador.
O maior exemplo que posso dar hoje é que o EBITDA (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) da Via diminuiu. Ou seja, eles até venderam muito e registraram alta de lucros, mas foram ineficientes.
Loja Física x Loja on-line
E o porquê disso é simples: o jogo na internet é outro. Veja este exemplo: digamos que próximo da sua casa só existe uma unidade da Casas Bahia. Se você pretende comprar uma televisão, basta descer na loja e simplesmente comprar.
Já no on-line, a concorrência é totalmente diferente: ao pesquisar o produto desejado, além de diversas opções de varejistas aparecerem, você também terá à sua disposição inúmeros preços para o mesmo produto.
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Desta forma, vai se sobressair aquele que tiver o preço mais acessível, o menor frete e o prazo de entrega mais curto. E para adquirir isso uma empresa precisa de um serviço de e-commerce muito bem estruturado, como Magazine Luiza (MGLU3) e Amazon (AMZO34), concorrentes da Via (VIIA3), que está iniciando uma adaptação total ao mercado digital.
Vou vender minhas ações VIIA3?
Com essa queda no valor das ações, a primeira reação de muitos investidores é vender seus papéis. Vendo isso, o que pretendo fazer é manter minhas posições.
É importante ressaltar que a queda não é somente nos papéis da Via (VIIA3). Todas as varejistas têm passado por dificuldades. Temos visto o Ibovespa caindo muito, e essa queda tem origem em diversos fatores, como a situação no Afeganistão, crise política no país e o PIB na China diminuindo.
Isso sem falar que grande parte das pessoas não recebe mais o auxílio emergencial, o que fez com que os consumidores que utilizavam o benefício dado pelo governo deixassem de adquirir produtos.
Vejo esses como os principais motivos para as ações caírem. Ainda sim, não vou me desfazer dos meus papéis. As companhias varejistas entenderam que é necessário investir em um novo mundo de compras, e essa adaptação ao mundo digital lá na frente será muito benéfica para o mercado em si, o que inclui a Via.
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Assista ao vídeo exclusivo sobre a multa aplicada pela CVM na Via: