Como é feito o cálculo da poupança

A caderneta de poupança é a porta de entrada para todo brasileiro guardar dinheiro.

Até a metade de 2020 havia mais de R$ 940 bilhões depositados na caderneta.

A facilidade do depósito e a garantia tanto de remuneração como de liquidez imediata sempre foram atrativos.

Mas desde 2012 essa conta passou a ser menos vantajosa para os poupancistas.

Naquele ano, o governo federal mudou o cálculo da remuneração, que passou a ser dividido em dois, conforme a Taxa Selic.

Se a taxa básica de juros da economia estiver acima de 8,5% ao ano, a caderneta de poupança paga 0,5% ao mês.

Mas se a Selic estiver abaixo de 8,5%, algo que acontece desde outubro de 2017, a remuneração passa a ser de 0,7% da taxa Selic.

Nos dois casos é previsto o acréscimo da Taxa Referencial, a TR. Mas ela é zero desde o segundo semestre de 2017, então não modifica a nossa conta.

O problema desse cálculo de remuneração da caderneta é que a popular poupança se aproxima cada vez mais do retorno negativo.

É isso mesmo: quando você deixa o seu dinheiro na poupança é como se você estivesse pagando para o sistema financeiro. Você está perdendo.

Isso acontece porque a inflação do período é mais alta. Então, pra você manter o seu poder de compra, precisa ter um rendimento maior do que a inflação.

É por isso que os salários, anualmente, devem ser corrigidos, pelo menos, pela inflação do período.

Mas vamos voltar ao cálculo da poupança.

Com a taxa Selic a 2,25% ao ano, a poupança rende 1,57%.

No fim de julho, a projeção era de uma inflação baixinha, de 1,6%, o que faria a caderneta de poupança empatar.

Mas com a Selic a 2%, a poupança passa a render 1,4%.

Isso faz com que o rendimento real seja negativo porque a inflação é mais alta. E se ela continuar subindo, a perda é maior.

A única alternativa para esse poupador é transferir esse dinheiro para ativos mais rentáveis. E não precisa ser nada arriscado.

Há uma variedade de títulos de renda fixa que ainda garantem liquidez e um rendimento real, mesmo que pequeno.

Eu sou o Márcio Kroehn, editor-chefe do portal einvestidor ponto com ponto br, e esse foi o Minuto E-Investidor de hoje.

Até o próximo.