Entenda por que maio é considerado o mês maldito para a Bolsa

O quadro ‘Minuto E-Investidor’ na Rádio Eldorado FM (107,3) vai ao ar de segunda a sexta-feira às 8h50 no ‘Jornal Eldorado’, com Haisem Abaki e Carolina Ercolin, e às 17h30 no ‘Fim de Tarde’, com Emanuel Bomfim e Leandro Cacossi:

Existe uma frase que apavora todos os investidores globais no mês de maio:

Sell in may and go away ou Venda em maio e vá embora.

Mas por que ela tem um poder tão grande no mercado acionário?

Os americanos perceberam que o retorno das ações no período de verão do hemisfério norte era muito menor quando comparado ao que acontecia em épocas mais frias.

Entre 1950 e 2013 o retorno médio do índice Dow Jones, uma das referências para os americanos, era de apenas 0,3 por cento maio e outubro contra uma valorização média de 7,5 por cento entre novembro e abril.

Isso acontecia porque havia uma onda de venda de ações para aproveitar as férias, o que fazia o volume financeiro da bolsa de valores diminuir.

Mas, a partir de 2014, a globalização mais intensa dos investimentos fez com que essa diferença desaparecesse.

Então, um investidor americano que agora fica de olho apenas na sazonalidade pode estar perdendo um bom pedaço de rendimento.

Tá certo, mas isso acontece nos Estados Unidos. E no Brasil?

Bom, desde 2010, em apenas um ano o Ibovespa foi positivo - justamente no ano de 2019, mas com módicos 0,7 por cento de alta.

Em 2012, por exemplo, a queda foi de 11,9 por cento; em 2016, a queda foi de 10,1 por cento e em 2018, de 10,9 por cento de queda.

Nos últimos 25 anos, maio é justamente o mês com o pior retorno para a bolsa no Brasil.

Isso acontece porque o mercado brasileiro de ações depende muito dos investidores estrangeiros.

Ao vender seus portfólios de ações, eles acabam se desfazendo de papéis em todo o mundo, inclusive aqui no nosso País.

E qualquer movimento de resgate de um grande investidor mexe com a bolsa brasileira como um todo.

Sell in may and go away? Sim, mesmo não sendo a temporada de verão no Brasil, os investidores locais acabam sofrendo um pouco mais com esse ditado inglês.

Eu sou o Márcio Kroehn, editor-chefe do portal einvestidor ponto com ponto br, e esse foi o Minuto E-Investidor de hoje.

Até o próximo.