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- A média salarial no Brasil é de R$ 2.261, de acordo com o IBGE – e este número não reflete a realidade da maioria, onde tantos vivem com apenas um salário mínimo ou menos
- No entanto, não dá para culpar a renda baixa sem olhar para a forma como lidamos com o nosso dinheiro
- Mas se você deseja guardar uma parte do que ganha, precisa encarar este ato como uma prioridade. Veja algumas dicas para guardar uma parte da sua renda todo mês
Como dá para poupar algum dinheiro, se nunca sobra nada? Essa deve ser a pergunta que mais ouço desde que me tornei educadora financeira – e mostra a grande dificuldade do brasileiro com a poupança. Nós até sabemos que temos que poupar um pouco do que ganhamos, mas esta parece ser uma missão impossível.
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A renda, sem sombra de dúvidas, é muito baixa. A média salarial no Brasil é de R$ 2.261, de acordo com o IBGE – e este número não reflete a realidade da maioria, onde tantos vivem com apenas um salário mínimo ou menos.
No entanto, não dá para culpar a renda baixa sem olhar para a forma como lidamos com o nosso dinheiro. Esperar o dinheiro sobrar ao final do mês para conseguir poupar é um pensamento mágico. Se queremos guardar, precisamos sair dessa atitude passiva e assumir uma postura ativa com nossa reserva financeira.
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É difícil, sem dúvida. De acordo com pesquisa realizada pela Anbima e Datafolha, 62% dos brasileiros não conseguiu poupar nada no ano passado – o que significa que a maior parte da população entrou na crise causada pela pandemia sem qualquer tipo de reserva.
- Leia também: Como começar a investir com R$ 300 por mês
Se você deseja guardar uma parte do que ganha, precisa encarar este ato como uma prioridade. Isso é o que tantos educadores financeiros chamam de “pagar-se primeiro”. Assim que o salário cai na conta, você já deve destinar uma parte dele para poupar.
Mas quanto poupar? E onde aplicar? A psicologia econômica traz alguns insights importantes nesta missão. Para guardar uma parte da sua renda todo mês, confira aqui algumas dicas:
1. Defina quanto você vai poupar de antemão
Para conseguir, você precisa primeiro definir quanto irá poupar por mês. Não espere o dinheiro cair na sua conta – a tentação de gastar é muito grande. Por isso, defina a sua meta de poupança mensal agora. O ideal é seguir a regra do 50/30/20: da sua renda líquida, 50% deve ser suficiente para cobrir seus gastos essenciais (alimentação, moradia, transportes, saúde…), 30% para os supérfluos (compras, lazer, delivery de refeições, presentes…) e 20% para poupar.
2. Mas comece aos poucos
Criar o hábito de poupar é mais importante do que o valor em si que você guarda – especialmente no começo. Por isso, se você achar que poupar 20% de tudo o que ganha parece impossível, estabeleça metas menores: 5% da sua renda líquida, por exemplo. Aos poucos, vá subindo este porcentual até chegar aos 20% desejáveis. Encare isso como um treino – quem deseja correr uma maratona precisa antes conseguir correr 100m.
3. O que os olhos não veem o coração não sente
Nada de deixar o dinheiro dando sopa na sua conta corrente. Por isso, defina um investimento para deixar o seu dinheiro aplicado e tire ele da sua conta assim que cair. Para quem está começando a poupar, o ideal é focar primeiro na criação de uma reserva de emergência (que pode estar aplicada no Tesouro Selic, algum CDB de um grande banco com rentabilidade diária e que renda, no mínimo 100% do CDI, ou em uma daquelas contas digitais que possuem remuneração de 100% do CDI). Escolha então a sua opção e já transfira o dinheiro para lá.
4. Estabeleça uma aplicação automática
Se queremos mudar hábitos, temos que facilitar o nosso trabalho. Vencer a inércia e transformar comportamentos não é algo trivial. Lembretes e automação ajudam – e muito. Por isso, o recomendável é que você defina uma aplicação automática de parte do seu salário mensalmente, assim você não corre o risco de esquecer ou deixar para depois.
5. Confie no efeito cascata
Pode parecer simples, mas criar o hábito da poupança tem um impacto difícil de mensurar na sua vida financeira. Assim como na adoção de qualquer outro hábito saudável, ele gera um efeito cascata: você começa a gastar menos com besteira, começa a investir, passa a montar um patrimônio. Sua preocupação com a sua vida financeira é totalmente transformada. Mas, para isso, é fundamental antes dar o primeiro passo.