O mercado financeiro acompanha de perto a guerra entre o Banco Itaú e a XP Investimentos. A primeira coisa que todos devemos saber é que: não é uma encenação, ao contrário do que alguns falam. O que estamos presenciando é apenas a ponta do iceberg de problemas que ocorrem nos bastidores desde a compra de parte da XP pelo Itaú.
É inegável que a XP revolucionou o mercado de investimentos no Brasil, ao criar um shopping de investimentos com diversos produtos financeiros dentro e estruturar uma rede de agentes autônomos de investimento sem nenhum tipo de vínculo empregatício que captam dinheiro sem parar.
Porém, o Itaú acreditava que poderia ter mais controle sobre o avanço da XP Investimentos comprando quase 50% da instituição por R$ 6 bilhões.
Guerra afeta XP e as ações ITUB4?
No curto prazo, não. E a XP continuou avançando, retirando clientes do Personnalité, principalmente. Hoje, a presença do Itaú como acionista não é mais importante. Além disso, a XP prepara-se para virar um banco e com certeza entrará na área mais rentável para qualquer instituição financeira, o crédito.
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Mas toda esta guerra não prejudica em nada o investidor, muito pelo contrário. Jogou holofote sobre problemas que todos sabem que existem no mercado financeiro, mas estavam em banho maria. O primeiro deles é em relação ao rebate, ou seja, a comissão que os agentes autônomos recebem por conseguirem alocar o dinheiro dos clientes.
Não haveria nenhum tipo de problema se todos os investimentos remunerassem da mesma forma, como por exemplo, 1% sobre o valor total. Porém, é algo que é impossível de acontecer, pois assim como existe um fundo cuja taxa de administração é de 0,5%, existe também o fundo que não paga rebate.
Além disso, existem gestoras que oferecem altíssimos comissionamentos, como por exemplo, 2% ou 3% sobre o valor captado, e isso influencia, em alguns casos, o aconselhamento do que realmente é melhor para o cliente.
O problema ficou muito escancarado entre 2017 e 2018 com o COE (Certificado de Operação Estruturada) quando todos sabiam que eram um péssimo produto, mas mesmo assim alguns indicaram só por causa da comissão.
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Com esta guerra acontecendo, provavelmente a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em breve poderá determinar que esteja claro qual é o rebate que a corretora, o escritório e o agente autônomo recebem por cada produto financeiro oferecido. A transparência beneficia a todos.
XP Investimentos, BTG Pactual (BPAC11) e demais corretoras
Uma outra discussão que vem à tona com o discurso de competitividade no mercado é a inexplicável situação de que o agente autônomo de investimento é obrigado a ter exclusividade com uma única instituição financeira.
Se o cliente está em primeiro lugar, não é muito melhor que o profissional que o atende tenha produtos da XP Investimentos, do BTG Pactual e de outras corretoras, por exemplo? O Ministério da Economia, do ministro Paulo Guedes, já se manifestou a favor do fim desta exclusividade. Isso apenas atrapalha o desenvolvimento do mercado.
O terceiro benefício desta guerra é que outras instituições financeiras enxergaram uma oportunidade de avançarem no mercado e construírem sua própria rede de AAI. Para isso, precisão oferecer mais benefícios para atrair estes profissionais.
A Nova Futura Investimentos, por exemplo, acaba de lançar uma campanha em que financia o curso para quem quiser tirar a certificação e ingressar no mercado. Se o aluno conquistar a certificação, a Nova Futura reembolsa o valor (as explicações da mecânica estão no formulário). Acredite, a briga da XP Investimentos com o Itaú veio em boa hora.
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