Os mercados financeiros têm vivido dias taurinos com a volta da confiança na retomada da economia global em velocidade maior do que a inicialmente prevista por médicos e economistas.
Os progressos recém-anunciados na obtenção de vacinas contra a covid-19 ainda no segundo semestre de 2020 e a reabertura das economias europeias sem aumento nas curvas de contaminação e mortes têm trazido a liquidez de volta paulatinamente e mudado o apetite dos investidores para o modo “risk on”, impulsionado as principais bolsas de valores do mundo e acelerado a recuperação dos preços para os níveis verificados antes da pandemia.
Nesta ascensão – ainda frágil, incipiente e sem raízes profundas -, é muito provável que haja muitos ziguezagues e idas e vindas, com aumento de volatilidade em caso de ventos fortes advindos de impasses nas negociações EUA-China, protestos de civis por questões de justiça, brigas políticas, além de eventuais novas ondas do vírus.
Publicidade
Back to life, back to reality. Esse quadro se fortalecendo e realmente acontecendo, remete-nos cada vez mais à retomada das questões anteriores de deterioração fiscal, que foi ainda mais acentuada com a necessária resposta dos governos à paralisação de múltiplos setores da economia por conta do confinamento, elevação do nível de desemprego e queda de renda, acrescida de uma maior preocupação e cuidado com a saúde, impactando a longevidade média da população, principalmente em países menos desenvolvidos. Estudos recentes mostram que o ser humano não tem vivido cada vez mais, mas sim não tem morrido tão cedo, por conta dos avanços sanitários, nutricionais e de remédios, ficando cada vez mais próximos do nosso potencial de longevidade.
Se temos de contar cada vez menos com auxílios financeiros públicos por conta de um endividamento cada vez maior dos países em relação ao PIB e com uma retomada paulatina da economia ainda em marcha lenta – e que deverá ainda presenciar ajustes nas despesas das empresas para voltarem mais rapidamente ao seu equilíbrio operacional e financeiro -, como devemos gerir a nossa vida financeira?
Primeiro, tenha em mente que trabalharemos por muito, muito tempo, pois não devemos contar com aposentadorias públicas. Então, trabalhe no que você gosta e com quem você admira; poupe e invista o que ganhar o máximo que puder.
Segundo, entenda que trabalhar com propósito é ainda trabalhar e não passar a vida de férias sem planejamento, preparação, muito estudo e dedicação ao trabalho. Claro, com saúde e alegria.
Publicidade
Terceiro, controle as suas despesas ao máximo para que suas reservas possam ajudá-lo, se necessário, e você possa voltar a arcar com elas em caso de mudança de empregos por motivos desejáveis ou necessários.
Quarto, tenha reservas para períodos difíceis e emergências, pois o mundo estará cada vez menos previsível.
Finalmente, eduque-se financeiramente, atualize-se com o que acontece nos mercados, procure um bom assessor financeiro que entenda o seu perfil de investimentos, capacidade financeira, necessidade de liquidez, objetivos e sonhos.
Procure investir suas reservas de forma diversificada através de instrumentos de renda fixa e variável locais e internacionais. No caso de renda variável, se for investir diretamente em ações, procure companhias fortes, bem geridas e que pertençam a segmentos necessários para a sociedade independentemente se estamos em tempos promissores ou desafiadores, as que eu gosto de chamar de “too basic to fail”.
Publicidade
Aproveite o dia e seja feliz como se não houvesse o amanhã e estude, trabalhe e poupe como se a vida nunca fosse acabar!