• Logo Estadão
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Assine estadão Cavalo
entrar Avatar
Logo Estadão
Assine
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Direto da Faria Lima
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Direto da Faria Lima
  • Negócios
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
  • Newsletter
  • Guias Gratuitos
  • Colunistas
  • Vídeos
  • Áudios
  • Estadão

Publicidade

Colunista

Além da sexual, a adultização financeira também rouba a esperança

A denúncia de Felca à adultização sexual joga luz para outro risco que ameaça a infância e provoca o endividamento juvenil

Por Ana Paula Hornos

23/08/2025 | 8:30 Atualização: 22/08/2025 | 11:36

Receba esta Coluna no seu e-mail
As recentes denúncias de adultização sexual já mostraram o quanto nossas crianças estão expostas e vulneráveis. (Foto: Adobe Stock)
As recentes denúncias de adultização sexual já mostraram o quanto nossas crianças estão expostas e vulneráveis. (Foto: Adobe Stock)

Cada vez mais cedo, crianças e adolescentes são expostos à lógica do dinheiro como medida de valor pessoal, à pressão para “ganhar” antes da hora e até a responsabilidades que não correspondem à sua fase de desenvolvimento. O resultado é uma geração ansiosa, endividada e vulnerável — um terreno fértil para compulsões, desistências e frustrações.

Leia mais:
  • Síndrome do Bebê Reborn nas finanças: o risco da infantilização
  • Pai mentor ou ‘paitrocinador’? Controle é medo disfarçado de amor
  • Na velhice, quem protegerá suas finanças de você mesmo?
Cotações
08/10/2025 13h37 (delay 15min)
Câmbio
08/10/2025 13h37 (delay 15min)

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Se o vídeo do influenciador Felca expôs a adultização sexual, é hora de ampliar o olhar também para a adultização financeira — menos visível, porém igualmente corrosiva.

A pressão que paralisa

Quando o dinheiro é posto como meta desde a primeira infância ou cobrado com intensidade na adolescência, instala-se um senso de incapacidade diante de objetivos inalcançáveis. O jovem passa a acreditar que nunca será suficiente. Essa cobrança precoce não motiva — esmaga. Pode gerar um efeito rebote devastador: paralisia, desistência da carreira, depressão. Em vez de incentivo, a pressão pelo dinheiro corrói autoestima e esvazia o desejo de construir futuro.

Educação financeira sim, mas no tempo e de forma correta

Falar de dinheiro com crianças e adolescentes é fundamental — desde que se respeitem as fases do desenvolvimento cognitivo e emocional. Piaget já mostrava que a noção de valor monetário e de abstração evolui por etapas, e exigir de uma criança a lógica de um adulto é atropelar esse processo natural.

  • Leia mais: Como ensinar os filhos sobre educação financeira?

A boa educação financeira não se resume a cálculos ou acúmulo. Ela se ancora em valores: paciência, saber esperar, partilhar, doar, compreender o valor do trabalho, desenvolver autonomia, experimentar a liberdade de escolhas, reconhecer talentos e aplicá-los em contribuições reais. Mais do que ensinar a multiplicar dinheiro, trata-se de cultivar propósito e consciência, para que o jovem compreenda o dinheiro como ferramenta de interdependência — e não como identidade.

Investimentos sem córtex

Nessa mesma lógica, muitos jovens são incentivados a entrar em investimentos complexos — renda variável, criptomoedas e operações de risco — sem maturidade emocional nem cerebral.

A neurociência mostra que o córtex pré-frontal, responsável por decisão consciente, cálculo de riscos e controle de impulsos, só se completa após os 18 anos de idade.

Publicidade

Cobrar escolhas financeiras sofisticadas antes disso é o mesmo que entregar as chaves de um carro de corrida para quem ainda não aprendeu a andar de bicicleta.

O jogo perigoso do “sucesso”

As redes sociais e as plataformas digitais vendem a ilusão de que “ganhar dinheiro rápido” é sinônimo de status e liberdade. O problema é que esse “sucesso” é apenas uma miragem. No caso das apostas online, o jovem é levado a acreditar que está conquistando, mas o que encontra é a armadilha da compulsão. Como escrevi em A Tragédia das Apostas, muitos já recorrem a agiotas para financiar perdas — sinal de que o jogo está bem longe de ser brincadeira.

Endividamento juvenil: a dívida antes do diploma

Com cartões adicionais, crédito fácil, compras parceladas e apostas, adolescentes acumulam endividamento juvenil — prejuízo que não é apenas financeiro, mas que compromete trajetórias acadêmicas e de vida. Sem preparo emocional ou cognitivo, estão queimando etapas do amadurecimento e hipotecando o futuro.

O mito do empreendedor precoce

Outro fenômeno é a expectativa de transformar crianças em pequenos empreendedores para “aprender a ganhar dinheiro”. Mas quando o dinheiro vira objetivo único, torna-se um reforçador vazio: não sacia, não preenche — só amplia o vazio. Ensinar de verdade é estimular propósito, autonomia, autoestima e consciência dos talentos. O dinheiro vem como consequência natural da criação de valor — nunca como ponto de partida.

Ainda temos a responsabilidade invertida: filhos que assumem papéis de provedores ou são cobrados como adultos em relação ao dinheiro. Esse fardo mina a segurança emocional, corrói laços familiares e transforma aprendizado em sofrimento.

A falsa educação financeira

Talvez o perigo mais sutil, porém mais poderoso, é a chamada “educação financeira” que corre nas redes: repleta de crenças pessoais, fórmulas mágicas e baboseiras perigosas. O risco é transformar finanças em consumismo financeiro, um vício mascarado por mentiras.

Educação financeira verdadeira não se restringe a planilhas nem performance: é consciência, é aprender que o dinheiro é meio, não fim, é ensinar a contribuir, criar e desenvolver habilidades. Só assim o dinheiro chega como aliado.

Adultizar financeiramente é roubar não só a infância, mas também o futuro. Precisamos proteger uma geração que está se perdendo entre metas inalcançáveis, dívidas e pressões precoces. Isso exige políticas públicas robustas, leis que funcionem de fato e a aplicação integral do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Publicidade

As recentes denúncias de adultização sexual já mostraram o quanto nossas crianças estão expostas e vulneráveis. A questão financeira faz parte do mesmo problema: estamos antecipando etapas, impondo pesos que não cabem na infância. Como cuidar delas? Como garantir que tenham tempo de crescer, preservar sua saúde mental e desenvolver seus talentos sem a angústia do lucro ou da dívida?

A resposta começa em cada lar, no exemplo dos pais e responsáveis, e se fortalece quando a sociedade, como um todo, decide olhar para a criança e adolescente de forma integral — protegendo não apenas sua inocência, mas também sua esperança. Só assim garantiremos que cresçam com dignidade, equilíbrio e propósito.

Encontrou algum erro? Entre em contato

Compartilhe:
  • Link copiado
O que este conteúdo fez por você?

Informe seu e-mail

Tudo Sobre
  • abuso sexual
  • adolescentes
  • crianças
  • Finanças

Publicidade

Mais lidas

  • 1

    MP que cria IR de 18% para investimentos pode ser votada hoje: veja o que muda em cada tipo de ativo

  • 2

    De maior alta da B3 em 2024 à cotação abaixo de R$ 1: o que está acontecendo com a Ambipar (AMBP3)?

  • 3

    Os melhores FIIs para investir em outubro, segundo 7 bancos e corretoras

  • 4

    Dólar cai quase 15% em 2025: ainda vale dolarizar a carteira? Descubra formas simples de ter renda passiva mensal e trimestral

  • 5

    “Mercado financeiro sai ferido de uma aprovação da tributação de dividendos”, diz sócio da Grant Thornton

Publicidade

Quer ler as Colunas de Ana Paula Hornos em primeira mão? Cadastre-se e receba na sua caixa de entrada

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Cadastre-se e receba Coluna por e-mail

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Inscrição feita com sucesso

Webstories

Veja mais
Imagem principal sobre o Aplicativo do banco fora do ar? Saiba quais medidas tomar
Logo E-Investidor
Aplicativo do banco fora do ar? Saiba quais medidas tomar
Imagem principal sobre o Benefício de gás gratuito: quem recebe Auxílio Gás continua com o valor?
Logo E-Investidor
Benefício de gás gratuito: quem recebe Auxílio Gás continua com o valor?
Imagem principal sobre o Qual a diferença entre Ibovespa e Bovespa?
Logo E-Investidor
Qual a diferença entre Ibovespa e Bovespa?
Imagem principal sobre o Tirar CNH pode ficar mais barato? Entenda projeto
Logo E-Investidor
Tirar CNH pode ficar mais barato? Entenda projeto
Imagem principal sobre o Quem tem direito ao vale-creche de R$ 1.000? Descubra
Logo E-Investidor
Quem tem direito ao vale-creche de R$ 1.000? Descubra
Imagem principal sobre o Reprodução assistida pós-morte: filhos podem herdar bens dos pais?
Logo E-Investidor
Reprodução assistida pós-morte: filhos podem herdar bens dos pais?
Imagem principal sobre o Tarifa Zero: como funciona o programa que dá passagem grátis para entrevistas de emprego
Logo E-Investidor
Tarifa Zero: como funciona o programa que dá passagem grátis para entrevistas de emprego
Imagem principal sobre o O que acontece se empregadores não regularizarem FGTS de trabalhadores domésticos em outubro?
Logo E-Investidor
O que acontece se empregadores não regularizarem FGTS de trabalhadores domésticos em outubro?
Últimas: Colunas
Grande Transferência de Riqueza: trilhões de dólares estão mudando de mãos – e o que isso significa para você
Yuri Freitas
Grande Transferência de Riqueza: trilhões de dólares estão mudando de mãos – e o que isso significa para você

Uma das maiores movimentações de capital da história deve movimentar cerca de US$ 84 tri nas próximas décadas e mudar o perfil dos investidores

07/10/2025 | 14h02 | Por Yuri Freitas
Reforma Tributária: veja o que muda em nossa rotina diária
Samir Choaib
Reforma Tributária: veja o que muda em nossa rotina diária

Novo modelo de impostos sobre consumo promete simplificar, mas ainda levanta dúvidas sobre alíquotas, transição e impacto no dia a dia

05/10/2025 | 09h30 | Por Samir Choaib
Fraude virou ciência: como escapar de golpes que usam a sua mente
Ana Paula Hornos
Fraude virou ciência: como escapar de golpes que usam a sua mente

Do WhatsApp ao drink adulterado, golpes cada vez mais sofisticados mostram que a confiança virou alvo

04/10/2025 | 09h30 | Por Ana Paula Hornos
OPINIÃO. Não é sobre ter dinheiro, é sobre construir dinastias
Carol Paiffer
OPINIÃO. Não é sobre ter dinheiro, é sobre construir dinastias

Mais do que fortuna, construir uma dinastia é criar legado, propósito e conexões que resistem ao tempo

03/10/2025 | 15h17 | Por Carol Paiffer

X

Publicidade

Logo E-Investidor
Newsletters
  • Logo do facebook
  • Logo do instagram
  • Logo do youtube
  • Logo do linkedin
Notícias
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Negócios
  • Materias gratuitos
E-Investidor
  • Expediente
  • Fale com a redação
  • Termos de uso
Institucional
  • Estadão
  • Ágora Investimentos
Newsletters Materias gratuitos
Estadão
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube

INSTITUCIONAL

  • Código de ética
  • Politica anticorrupção
  • Curso de jornalismo
  • Demonstrações Contábeis
  • Termo de uso

ATENDIMENTO

  • Correções
  • Portal do assinante
  • Fale conosco
  • Trabalhe conosco
Assine Estadão Newsletters
  • Paladar
  • Jornal do Carro
  • Recomenda
  • Imóveis
  • Mobilidade
  • Estradão
  • BlueStudio
  • Estadão R.I.

Copyright © 1995 - 2025 Grupo Estado

Logo do 'News E-Investidor'

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade do Estadão e com os Termos de Uso.

Obrigado por se inscrever! A partir de agora você receberáas melhores notícias em seu e-mail!
notification icon

Invista em informação

As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador