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- Para aqueles que não estão familiarizados, o FIDC é um fundo de renda fixa, cuja carteira é composta por direitos creditórios
- O novo marco promete diversas mudanças estruturais no mercado de capitais. Uma delas será a possibilidade de distribuição de cotas de FIDCs ao público em geral
Cristiano D’Andréa Greve – Está no forno para sair a mercado o novo marco regulatório dos Fundos de Investimento, que tem por objetivo democratizar a modalidade e atrair uma grande quantidade de investidores para os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (Fidcs). A nova regulamentação preparada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é esperada entre o final deste ano e o primeiro trimestre de 2023.
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O novo marco promete diversas mudanças estruturais no mercado de capitais. Uma delas será a possibilidade de distribuição de cotas de Fidcs ao público em geral. Com essa mudança, qualquer pessoa poderá acessar este mercado como investidor comum, o chamado investidor de varejo e, não apenas o qualificado, aquele com investimento acima de R$ 1 milhão, como acontece hoje, o que restringe o acesso a essa modalidade a uma pequena parcela de investidores.
A audiência pública sobre o assunto recebeu mais de uma centena de comentários do mercado, e é considerada uma das maiores consultas já realizadas pelo órgão regulador.
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Para aqueles que não estão familiarizados, o Fidcs é um fundo de renda fixa, cuja carteira é composta por direitos creditórios. Ou seja, uma empresa que tem algum tipo de crédito a receber, o repassa, a um valor menor, para um fundo de investimento, o Fidc, cujas cotas serão negociadas aos investidores no mercado.
A nova regulamentação vai ajudar bastante, pois apesar de o número de investimentos em Fidcs ter crescido bastante nos últimos anos – hoje temos no Brasil algo em torno de R$ 320 bilhões de investimentos nesse mercado – a modalidade ainda é pouco conhecida do investidor brasileiro.
A verdade é que se trata de um produto que ajuda a trazer mais diversificação e segurança ao portfólio do investidor. Hoje o Fidc já é um produto de investimento que apresenta grande governança em relação às emissões tradicionais de dívidas, que normalmente têm um emissor e um agente fiduciário: nos Fidcs existem as figuras do administrador, do gestor e o custodiante, ou seja, há um grande ecossistema observando a negociação e trazendo governança para todo o processo.
Há ainda outras mudanças que visam flexibilizar os investimentos nesta modalidade de fundos e que devem deixar o produto mais acessível ao investidor comum. Uma regulamentação mais moderna busca a democratização da classe de ativos e consolidar o Fidc como uma ferramenta de desconcentração bancária.
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Além disso, o Fidc tem potencial para ser tão acessível quanto, por exemplo, os Fundos Imobiliários. É evidente que ainda é necessário um processo de educação do mercado e de seus investidores. Hoje, o investidor de varejo já entende como funcionam os Fundos Imobiliários. Nosso papel, como agentes do setor, é agir para que o mesmo processo aconteça com os Fidcs.
É necessário educar o investidor sobre como funciona o investimento, quais são os riscos, as vantagens e as características. A boa notícia é tudo deve ficar mais fácil com a nova norma, que aguardamos com anseio.
Cristiano D’Andréa Greve é formado em administração de empresas e com MBA pela ESADE Business School, possui mais de 22 anos de experiência no mercado financeiro com passagem pelo Banco Brascan, Unibanco e Banco Fibra. Em 2015, fundou a Lagoa Projetos (boutique de M&A) que posteriormente se associou à Aggrego Consultores. Entre 2011 e 2015 foi sócio em um private equity de infraestrutura, mais recentemente foi CFO da Sorridents Franchising. Em dezembro de 2019 ingressou na Integral Group no time de originação e hoje é sócio e head de estruturação.
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