Por Oren Pinsky – O investidor é um eterno arrependido. Ou se arrepende por não ter investido mais quando vê um bons retornos, ou se arrepende de não ter desinvestido quando deveria.
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Mas como acertar o timing de um investimento em Venture Capital, que é ilíquido por natureza e não permite que se ‘entre e saia’ de posições como se faz nos mercados líquidos? Respondo: investindo sempre.
A lógica é a seguinte: como as empresas de Venture Capital demoram anos (em alguns casos até uma década) para amadurecer, tentar prever como estará o mercado num futuro tão distante é um exercício fútil (diferente do mercado de ações onde muitas vezes tenta-se prever o que acontecerá no próximo trimestre). Aprendi isso ao longo das minhas quase duas décadas no mercado de VC.
Um artigo publicado pelo Fórum Econômico Mundial há 10 anos listava as 10 tecnologias emergentes mais promissoras de 2012. Hoje, 8 das 10 tecnologias ainda são promessas, ou deixaram de ser foco de interesse, o que mostra que o quão é difícil fazer previsões de longo prazo.
Então, se é inútil a tarefa de acertar o timing, o que é mais importante para quem quer estar exposto aos potenciais retornos do Venture Capital? A diversificação nas diferentes safras (ou ‘vintages’ na expressão em inglês).
No Venture Capital uma quantidade pequena dos investimentos gera a maior parte dos retornos – um investidor de sucesso não pode deixar de participar de investimentos nas empresas mas icônicas de suas respectivas safra (pense em Google, Facebook, Stripe, WhatsApp, Alibaba, Zoom ou Snowflake).
Por isso, para aqueles investidores que querem um portfólio bom para o próximo ciclo de exuberância, uma dica: Comece a diversificar e se expor em todos os ciclos. Somente assim você “acertará” o timing do bom investimento.
* Oren Pinsky, investment advisor da Iteram Capital SA, é um veterano no mundo de Venture Capital, e consultor da McKinsey. É investidor em tecnologia, empresário e executivo com mais de 20 anos de experiência na implantação de recursos e capital em negócios baseados em tecnologia (foi executivo da Qualcomm e da Philips) e habilitados para tal em todo o mundo. Também é um entusiasta na aceleração da adoção de novas tecnologias em nível continental.