- No mercado financeiro, o processo de encontrar o valor real das ações costuma ser mais complexo
- Tanto na Black Friday quanto nos investimentos, precisamos entender as decisões que estamos tomando com base em análises de preço e valor
- Quando se trata de posições de um dia ou mais, o preço não pode ser o único fator para a tomada de decisão
Chegamos ao mês da Black Friday. Uma data aguardada por muitas pessoas para fazer aquela compra com o maior desconto possível. E claro, as grandes varejistas também ficam muito felizes com a chegada não apenas da Black, mas também das datas comemorativas no fim do ano. Isso me fez pensar no quanto isso tem a ver com as análises mais comuns que fazemos no mercado: a técnica e a fundamentalista.
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Preço, valor, compras, oportunidade. Acredito que estas sejam as palavras-chave que definem as semelhanças.
O preço precisa estar bom para ser uma oportunidade
“Para vender bem, você precisa comprar bem”. Isso significa que você não vai comprar a qualquer preço – seja as ações, seja um produto. Precisa ser um bom preço para ser oportunidade.
Passamos o ano inteiro pesquisando preços, comparando lojas, anotando as diferenças para quando chegar a Black, termos certeza de que não estamos entrando em uma furada. Não é isso que fazemos com as ações?
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A análise técnica é ainda mais rápida, já que temos o histórico dos ativos no gráfico e ainda colocamos mais de um gráfico na tela para visualização e comparação rápida, seja de papéis do mesmo setor ou setores diferentes para long short, swing trade ou rebalanceamento da carteira.
Valor precisa compensar o preço – ou ser maior
Na análise fundamentalista, é o contrário. Nos produtos, entendemos mais rápido se ele vale o preço ou não: necessidade do momento, entendimento próprio do que está comprando, é quase intuitivo.
No mercado, esse processo de encontrar o valor real das ações costuma ser mais complexo, com muitos cálculos para definir o preço justo do papel frente a seu segmento, concorrentes, fluxo de caixa, endividamento, projeção de crescimento, lucro e receita e, claro, no contexto econômico que estamos vivendo.
Tanto na Black Friday quanto no mercado, precisamos entender as decisões que estamos tomando com base em análises de preço e valor. Porém, no mercado podemos apenas usar o preço para lucrar.
Quando o preço fala mais alto que o valor
Quando se trata de posições de um dia ou mais, o preço não pode ser o único fator para a tomada de decisão. Mas, para o day trade, podemos focar apenas na análise técnica e aproveitar a “Black diária”.
Uma das estratégias que eu mais gostava quando comecei no mercado, era operar as maiores quedas e altas do dia anterior.
Sabemos que o mercado tende a corrigir as distorções, seja pelo encerramento de posição dos investidores ou por conta de um barulho que não altera o seu valor intrínseco. Então, eram operações “fáceis” de ganhar.
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Comprar as ações com mais de 3% de queda; vender os papéis com mais de 3% de alta. Ambos os casos precisam ser de setores diferentes e não ter saído notícia sobre a empresa. O mercado segue um racional muito bom e lucrativo quando estamos bem
posicionados.
São casos assim que o preço supera o valor. Trades rápidos e de risco calculado. Oportunidades de compra surgem a todo momento na Bolsa de valores, mesmo em contextos incertos como o que estamos vivendo atualmente. Basta entender o que estamos fazendo e combinar as análises para aproveitar a Black. Já tinha pensado na Bolsa de Valores e na Black Friday sob essa ótica?