

Em um país onde o nível médio de letramento financeiro da população é de 59%, democratizar o acesso a esse conhecimento é mais do que necessário: é o caminho para transformar vidas e construir liberdade.
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Em um país onde o nível médio de letramento financeiro da população é de 59%, democratizar o acesso a esse conhecimento é mais do que necessário: é o caminho para transformar vidas e construir liberdade.
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Eu sempre falo que ganhar dinheiro na Bolsa pode ser mais fácil do que empreender, mas nada é mais poderoso do que aprender a usar o dinheiro do jeito certo. Acredito que todo mundo precisa ter essa chance. No fim do dia, falar de dinheiro não é falar de riqueza; é falar de liberdade, escolhas, autonomia e não ser refém das circunstâncias.
Essa visão de legado me acompanha em tudo o que faço. Eu acredito que o verdadeiro sucesso não está só no patrimônio que você acumula, mas nas vidas que você transforma pelo caminho. Quando ensino alguém a entender o valor do dinheiro, a cuidar melhor dos próprios recursos e a sonhar com um futuro possível, sei que estou plantando uma semente que pode florescer em várias gerações.
É por isso que democratizar a educação financeira se tornou um dos meus grandes compromissos. Se só uma parte da população tem acesso a esse conhecimento, a desigualdade vai continuar crescendo, mas, se conseguirmos levar esse conteúdo para todos, desde cedo, aí sim estamos falando de transformação real.
A falta de educação financeira no Brasil ainda é gritante e tem consequências sérias para milhões de famílias. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), 45% dos adolescentes brasileiros de 15 anos não têm o conhecimento financeiro básico. Isso significa que quase metade dos nossos jovens não entendem conceitos como juros, poupança ou planejamento. Esses números ajudam a explicar por que tanta gente se vê endividada ou com dificuldade para organizar as próprias contas. Segundo pesquisas nacionais, 73% dos brasileiros não conseguem guardar nada do que ganham, e entre aqueles que poupam, a maioria ainda recorre a alternativas que rendem menos do que a inflação. Isso mostra que não é falta de disciplina, mas de informação.
Outro dado preocupante vem de levantamentos feitos por entidades de consumo: apenas 37% dos brasileiros dizem sentir que têm conhecimento suficiente para lidar com as próprias finanças, ou seja, a maioria vive na insegurança, sem clareza sobre como tomar decisões financeiras melhores. E isso se reflete diretamente na perpetuação da desigualdade, porque quem não sabe administrar o que tem, dificilmente consegue construir algo maior.
Quando uma criança cresce sem aprender a lidar com dinheiro, ela se torna um adulto despreparado para enfrentar os desafios do mundo real. A educação financeira deveria estar presente na vida desde os primeiros anos, mas ainda é um tema tratado como tabu em muitas famílias e escolas. Ensinar finanças desde cedo não estraga a infância, mas dá consciência, responsabilidade e liberdade. É esse preparo que faz toda a diferença para construir autonomia.
A ausência de conhecimento sobre finanças pessoais cria um ciclo difícil de romper. Famílias que não sabem planejar acabam gastando mais do que podem, se endividam e, muitas vezes, precisam recorrer a crédito caro.
Esse peso impede investimentos em educação, qualidade de vida e até em pequenas iniciativas empreendedoras. Sem acesso à informação de qualidade, as pessoas ficam reféns das dívidas e não conseguem enxergar alternativas para sair desse cenário, é por isso que a democratização da educação financeira é tão urgente: porque ela não só ajuda no dia a dia, mas tem o poder de quebrar ciclos de pobreza e abrir novas oportunidades para todos.
Olhando esse cenário, eu sempre me pergunto, o que posso fazer, na prática, para mudar essa realidade?
A resposta que encontrei foi simples e desafiadora ao mesmo tempo: tornar a educação financeira acessível para o maior número de pessoas possível, de diferentes idades e contextos. Tenho trabalhado em iniciativas que falam com diferentes públicos. Para as crianças, criamos conteúdos lúdicos que apresentam o universo das finanças de forma divertida, caso do Teo Tourinho.
Para os adultos, disponibilizamos cursos gratuitos, que já chegaram a mais de 1 milhão de alunos em todo o país. O mais importante é que cada uma dessas ações tem um propósito comum, o de democratizar o conhecimento. Essas iniciativas me mostram que quando o conteúdo chega até as pessoas de forma simples e prática, elas realmente aplicam o que aprenderam.
Recebo histórias de famílias que conseguiram organizar suas dívidas, de jovens que começaram a poupar e até de crianças que passaram a valorizar o esforço dos pais e esse é o tipo de retorno que me faz acreditar ainda mais nessa missão. Educação financeira não é só sobre investir. Aliás, antes de investir é preciso aprender a cuidar do que já se tem. Estamos falando de algo muito maior, de comportamento, de consumo consciente, de escolhas que refletem diretamente no futuro.
Quando uma pessoa entende que gastar menos do que ganha não é restrição, mas um caminho para conquistar liberdade, sua relação com o dinheiro muda. Essa virada de chave não impacta apenas uma vida, mas toda a família e, com o tempo, gerações inteiras. Ensinar finanças é dar direção, autonomia e perspectiva. É esse conhecimento que transforma insegurança em confiança e escassez em oportunidade.
O meu grande sonho é ver a educação financeira presente em todas as escolas do Brasil. Imaginar que cada criança, independentemente da sua origem, possa aprender a cuidar do dinheiro e acreditar em um futuro mais justo e equilibrado.
Eu não quero falar só com quem já investe, mas principalmente com quem nunca investiu e até acredita que esse mundo não é para ele. Quando democratizamos esse conhecimento, damos às pessoas a chance de escolher, de planejar e de sonhar com mais clareza. Se eu conseguir impactar a vida de pessoas com esse conhecimento, vai ser o meu maior retorno. Porque o verdadeiro investimento não é aquele que traz lucro rápido, mas o que gera transformação duradoura e, para mim, democratizar a educação financeira é o investimento mais transformador que existe.
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