- Como temos sinalizados nas análises endereçadas aos players do mercado financeiro, o governo tem operado bastante nos bastidores para formar uma base de sustentação
- Aos poucos, os "independentes" do Centrão vão caminhado para o atual eixo de poder
No último dia 6, o presidente da Câmara, Arthur Lira, chamou a atenção do mercado financeiro quando, durante um evento, disse que o governo Lula não tinha base nem para votar um projeto, que requer maioria simples.
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O recado/reação do deputado teve como endereço a cúpula do Palácio do Planalto, que dois dias antes, sem alarde, publicou um decreto que tirava de Lira o poder de negociar as emendas dos deputados. Dinâmica que ele dominou durante os últimos anos, na gestão de Bolsonaro.
A partir do decreto, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, passou a ter a prerrogativa de ocupar a principal cadeira do balcão de negociação, onde se concentra a distribuição das emendas parlamentares.
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Na última quinta-feira, 16 dias depois da primeira declaração, eis que surge Lira dizendo para a imprensa que o projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal será aprovado em apenas duas semanas, depois de ser encaminhado para a Câmara, pelo governo.
Lembra? Os projetos de lei complementar exigem um quórum maior do que a maioria simples. Para a sua aprovação precisa-se de maioria absoluta de votos favoráveis, ou seja, 257 votos dos 513 deputados.
Detalhe: Da primeira declaração para a segunda não ocorreu nenhum teste da base, no plenário da Casa.
Mas o que aconteceu para Lira mudar o cenário de caos para o Éden?
Política. Como temos sinalizados nas análises endereçadas aos players do mercado financeiro, o governo tem operado bastante nos bastidores para formar uma base de sustentação.
Em nossas conversas nesses últimos em Brasília nos deparamos com a informação de que o líder do PP, deputado André Fufuca, (mesmo partido de Arthur Lira) realizou reuniões “one on one” com representantes da bancada para falar das respectivas demandas.
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As conversas ocorreram na tarde da última terça-feira (21), dois dias antes de Lira colocar um calendário de apenas 15 dias para a votação do novo arcabouço.
E assim, aos poucos, os “independentes” do Centrão vão caminhado para o atual eixo de poder.
Vamos acompanhando.